Nasci vivendo a educação e, dela, tive a fortuna de jamais sair. Assim, se não posso dizer que dela sei muito (essa delicada, sempre incompleta e extremamente móvel arquitetura que é o educar jamais será dominada), tenho certeza de conhecê-la bem. Dessa forma, me atrevo, com a licença que a idade me confere, a um desabafo elogioso nesta semana em que se "comemora" a menor importância daqueles que são uma das pedras angulares da civilização: os professores.
Fui aluno de uma geração na qual, ser professor, era ocupar um espaço de reconhecimento e honrarias: médicos, advogados, engenheiros se orgulhavam de dividirem suas atividades com a docência, fator de enobrecimento de suas outras profissões que se estadeava em placas, Professor Dr.
Ainda existimos, no ensino privado, ilhas que escaparam à sanha devastadora da especulação financeira e que acabam por serem tristes referenciais do abismo em que mergulhou o todo da educação num histórico de incúria e descaso.
Apesar de tudo...
Nesta semana, pesquisas mostraram que 77% dos professores consultados se orgulham de sua profissão!
Como é lindo ver os olhos de um velho professor se encher de luz ante o sucesso de um aluno.
Nada é tão belo quanto ver uma jovem professorinha sentada no chão regendo uma sinfonia de vozes infantis: o som da esperança.
Mestres do panteão sagrado da educação, vocês que conduziram o que ainda se pode chamar de civilização, vocês que elevaram das trevas da barbárie a humanidade, protejam aqueles que, contra tudo e contra todos, abraçam e se mantêm na cruzada da educação.
E que a centelha que faísca nos olhos das crianças e jovens continue a alimentar o quase impossível o sonho de educar!
Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.
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