Nunca é demais lembrar aos educadores que, ao invés de privilegiarmos as mazelas e acertos dos protagonistas da cena internacional, finquemos nossas atenções no solo pátrio. O conhecimento de nosso tempo é a condição inequívoca para a geração de novos quadros de liderança e para a construção democrática.
De fato, dentre os mais contundentes argumentos para se descrer na democracia, nenhum é mais agudo, ou atual, do que a precariedade dos quadros de liderança em nosso país: corrupção, despreparo, arrivismo, enfim, todo um perfil negativo do qual poucos que se dedicam às lides políticas escapam.
Trazer os jovens para a discussão política é, hoje, condição essencial para a garantia da nossa frágil democracia.
No sétimo Seminário Internacional da Fundação Lemann, que ocorreu recentemente na FAAP, a democracia como um corolário da educação foi colocada de forma bastante enfática e definitiva.
Voltar a este tema é um imperativo na medida em que, posta a indiscutibilidade do binômio democracia/educação, o repúdio nacional à classe política e à política de modo geral nos conduz, perigosamente, a aventuras radicais, a modelos superados que a frágil memória nacional corre o risco de retirar do sepulcro.
Ante tantas incógnitas políticas, frente a tantos caminhos equivocados que se insinuam num horizonte muito próximo, não é permitido ao educador tergiversar ante as questões políticas. Na mesma medida que o sectarismo é condenável, a omissão é nefasta.
Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.
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