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Blog dos Colégios

Educação e tecnologia da informação: tema que não se esgota

Tanto quanto a vida se renova a cada novo choro de criança, se renovam os desafios para fazer esse novo ser prosperar e melhorar a humanidade em seus novos cenários.

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Por Colégio FAAP
Atualização:

Mesmo que excessivo, não seria demasiado lembrar que os romanos devem ter pensado em "como educar seus filhos nessa nova religião que toma conta do Império, o cristianismo"; da mesma forma, não faltaram estudos e discursos analisando os perigos à civilização ocidental representados pela máquina a vapor.

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Hoje, o desafio se renova e se agudiza com o acesso e uso excessivo das TIs na vida de nossas crianças. Quais os seus reais efeitos na formação dessas novas gerações? Quais os limites que devem ser postos pelas famílias e educadores?

Em tempos de férias, em que dispomos de um pouco mais de espaço para refletir e as crianças e os jovens para imergirem nesse novo universo lúdico digital, penso ser muito útil dedicarmos mais algumas linhas à questão.

Para começar, temos que nos afastar das posições candentes e polarizadoras, pois, paixão é, muitas vezes, sinônimo de riscos a que não pode se permitir o educador.

Evitando o percurso óbvio, não há o que negar quanto aos incomensuráveis recursos de informação e de lazer que se impõem como condição irrecusável à educação.

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Buscaremos nos restringir à questão do maniqueísmo que continua a contaminar uma larga parcela que crê que o universo da tecnologia deva anular, paulatinamente, todas as demais formas de ensinar como se tudo o que não se sujeitar ao muito novo seja pernicioso. Mesmo que esta posição, muitas vezes, não se manifeste claramente, ela permeia muitos projetos e ações pedagógicas.

Sei  que corro o risco de ser enquadrado na categoria dos "jurássicos educacionais" que, se ainda sobrevive, o faz com tanto receio de ser imolado aos deuses da modernidade, que se recolhe a um ostracismo voluntário. Em uma instituição como a FAAP que fervilha de tecnologia de ponta e em um Colégio que dispõe, como disciplina curricular, Inovação, não haveria lugar para tamanha contradição.

Afora uma longa experiência na utilização de recursos didáticos, artigos e estudos nos trazem informações interessantes de que mesclar recursos didáticos diferentes tem efeito catalisador positivo. Há poucos dias li sobre a conclusão de uma grande pesquisa que provou que a escrita discursiva é essencial, na fase do ensino fundamental, para a construção correta da lexia, ou seja, do escrever. Em igual sentido, já de algum tempo, escolas vanguardeiras, introduziram o "contar histórias" na formação essencial do educando. É de se elogiar e apoiar iniciativas que se valem do antigo empirismo didático para amenizar e humanizar o processo de aprendizagem tornado árido por um certo "cartesianismo de resultados".

Enfim, entre as ferramentas tecnológicas de última geração e oficinas de sucata existe o desafio da construção do conhecimento que só se consegue com o encantamento do educando e, para tanto, sensibilidade pedagógica e bom senso são indispensáveis para se conseguir otimizar e potencializar esse gigantesco leque de possibilidades."

 

Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP.Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

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Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

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