Não viveremos um simples retorno tal e qual, centenas de vezes, vivemos após as férias. Muitos alunos, pouco ou nenhum contato físico tiveram, quer com colegas e professores, quer com o espaço físico da escola. Já nos primeiros dias do ensino híbrido, o Colégio FAAP testou caminhos para o retorno definitivo (assim esperamos) à normalidade ou, ao menos, a um período de transição que se quer provisório, mas irreversível.
Percebemos a necessidade de um cuidadoso, calmo e planejado processo de readaptação onde tratamento didático, ritmos de desenvolvimento de conteúdos terão que ser repensados para cada grupo de estudantes. Mais uma vez o módulo classe (que em sua formulação não deve ser homogêneo) deverá ser fracionado em grupos com necessidades específicas e, consequentemente, com a abordagem individualizada.
Sem dúvida será um trabalhoso processo que estará, sempre, tentando preencher lacunas com instrumentos ainda não totalmente (ou mesmo nunca) experimentados. Todas as atenções deverão estar voltadas para esse processo de reinserção no qual velhas referências como cumprimento de programas e avaliações deverão ser minimizados em detrimento do todo sócioemocional.
O retorno ao intramuros escolar, certamente, será uma tentação à reprodução de posturas consagradas pela cultura educacional mais ampla e a de cada instituição. Assim, esse trabalho de recriação deve ser coletivo, unívoco e coerente, percorrendo todos os segmentos da comunidade escolar sob o risco de, na artificialidade das ações verticalizadas, esvaziar qualquer ação pedagógica eficaz e indispensável.
Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.
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