Colégio FAAP
17 de janeiro de 2020 | 10h57
Mais uma vez, as estatísticas que apontam cifras assustadoras de jovens diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – e a intensa convivência com esses diagnosticados – nos obriga a voltar ao tema: leigos, até certo ponto, incautos ou desatentos, nunca!
Evito abordar a questão (importante) que envolve o volume dos medicamentos utilizados para o tratamento dos distúrbios em questão (fluoxitina, ritalina etc). De qualquer forma, felizmente, existem remédios para os casos bem diagnosticados e, seguramente, eles existem, mas as grandezas financeiras envolvidas preocupam…
A questão central para a qual temos feito questão de atentar é a dos protocolos utilizados para os diagnósticos e sua abordagem adequada. As discrepâncias entre diagnósticos e a constatação do comportamento do diagnosticado, nos fez, inúmeras vezes, duvidar dos critérios adotados.
Ou vivemos uma verdadeira epidemia, ou um enorme equívoco!
Assim, temos recebido em nosso Colégio “mal diagnosticados” e que, de fato, apresentavam problemas de adaptação no que se referia a abordagens didático-pedagógicas ou sociais, assim, bem longe de encaminhamentos medicalizados. Enquadrar como distúrbios problemas de adaptação ou aprendizagem tem sido uma saída mais fácil do que se adequar estruturas mentais e organizacionais às novas exigências desses jovens digitais.
Por mais que as instituições de ensino estejam atentas às novas realidades emocionais de nossas crianças e jovens, o mundo se modifica num ritmo muito mais veloz, exigindo, mais do que medidas massivas e, quase sempre, epidérmicas, atenção individualizada e cuidados especiais que, se mais onerosos e trabalhosos, viabilizam os projetos educacionais.
Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP – SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.
Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br
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