No Colégio FAAP, como na maioria das instituições de ensino, a primeira fase dessa modalidade didática (passageira e com baixa adesão) nos permitiu um ensaio de pouca consistência. Mas já revelou a enormidade do desafio de poder oferecer aos alunos a mesma qualidade conseguida com o ensino on line, sobretudo, no presencial: ajustar recursos tecnológicos e abordagens didáticas a essa simultaneidade de situações, sem perder a qualidade, ou seja, nosso atendimento individualizado, interativo e proativo, é o grande desafio.
Como o nosso DNA pedagógico é marcado pela abordagem personalizada e a comunicação dialógica com a comunidade escolar, manter esse padrão inalienável nessa dualidade didática que viveremos demandará muita criatividade, muito empenho. Além disso, exigirá atenta observação sobre efeitos e, sobretudo, o redobrar cuidadoso do suporte e acompanhamento do desempenho de cada aluno.
Não se pode recorrer a soluções imediatistas, mais confortáveis e baratas, sobretudo nas escolas com mais condições e, portanto, com mais reponsabilidades. Já se fazem sentir as consequências nefastas desse comodismo criminoso em termos de desistências, depressão e outras disfunções psicopedagógicas. A monotonia das aulas gravadas e impessoais, as dificuldades da assistência necessária pelo professor dos dois públicos nas aulas e a criação de assistentes despreparados têm gerado uma cultura antipedagógica nefasta já instalada em muitas instituições.
No Colégio FAAP, o reduzido tamanho das turmas facilitou o caminho para uma abordagem mais eficaz, permitiu que o presencial, mais intermitente, reaproxime fisicamente professores e alunos, facilitando a operação on line de didáticas mais ágeis e diminuição das distâncias entre as formas de abordagens. O redimensionamento da situação de cada aluno, propiciado pela reaproximação física, permitiu o equivalente ajuste do tratamento a distância.
O ponto decisivo (em qualquer modalidade didática) e que sempre foi trabalhado em nosso Colégio, é a capacidade, liberdade e criatividade do corpo docente para se adaptar ante situações novas. Quando, da abrupta transição para o ensino a distância, em apenas três dias, retomamos o novo ritmo com as perdas esperadas, mas sem o colapso camuflado.
Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.
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