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Alunos discutem a tensão racial nos EUA a partir do filme Histórias Cruzadas

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Por CPV Educacional
Atualização:
Professor de história Jackson Farias mediando a discussão. Foto: Estadão

Nessa semana o governador da Carolina do Norte, EUA, declarou estado de emergência em Charlotte após dois dias de fortes protestos contra a morte de Keith Lamont Scott. O caso é que Scott aumenta as estatísticas de negros mortos por policiais, número que tem ganhado evidência nos últimos dois anos. No mesmo dia em foi morto, o país via uma policial em Tulsa, Oklahoma, atirar em um homem desarmado que pedia ajuda após seu carro ter uma pane mecânica.

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A tensão racial é assunto recorrente na história dos Estados Unidos. Um outro exemplo de segregação apareceu no filme "Histórias Cruzadas", lançado no Brasil em 2012. Baseado no romance homônimo de Kathryn Stockett, o filme mostra o racismo sofrido por empregadas negras nas casas de brancos em Jackson, Mississippi. O curioso é que o ponto de vista é o de uma branca, Eugenia "Skeeter" Phelan, jornalista que volta à cidade para cuidar da mãe e decide entrevistar domésticas. O filme foi indicado em três categorias do Oscar 2012, inclusive Melhor Filme, e venceu o de Melhor Atriz Coadjuvante com Octavia Spencer.

O filme foi exibido no Cine Debate de setembro, sob o tema "Racismo e Movimentos Sociais nos EUA". Após a exibição, os alunos puderam discutir pontos importantes, como a perpetuação da exclusão do negro na estrutura social. Isso fica evidente na passagem em que a personagem entrevistada conta que era doméstica desde os 11 anos; antes disso, sua mãe havia trabalhado em casa de família; e antes dela, sua avó havia sido escrava. Além disso, estudantes notaram a grande carga de violência simbólica e generalizada no filme. Com raras cenas de agressões físicas, os diálogos são hostis, mesmo aqueles em cenas familiares.

Emma Stone e Viola Davis em cena de Histórias Cruzadas Foto: Estadão

Segundo o professor de história Jackson Farias, que coordenou a exibição, os alunos também fizeram uma importante ponte entre as realidades norte-americana e brasileira. Muitos pontuaram, por exemplo, que, assim como lá, a invisibilidade social é naturalizada no nosso cotidiano.

O Cine Debate é promovido uma vez por mês e aberto a todos os alunos da escola. Sempre com temas atuais, é um momento em que o papel do professor é apenas o de conduzir o debate, mas deixando para os alunos o protagonismo da discussão.

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