PUBLICIDADE

O Band e a Reorganização da Rede Pública de Ensino

Por Mauro de Salles Aguiar

Por Colégio Bandeirantes
Atualização:

Em educação não existe concurso de originalidade. As boas experiências ao redor do mundo, os métodos de ensino e as melhores formas de gestão de escolas e sistemas podem e devem ser estudados, assimilados e compartilhados.

PUBLICIDADE

O debate educacional mais acalorado nos dias de hoje é a reorganização das escolas que o governo estadual de São Paulo está propondo para a sua rede. A ideia é separar em prédios diferentes os alunos mais velhos das crianças e pré-adolescentes.

Isto acontece em diversos países que tratam educação a sério. Nos Estados Unidos, Japão ou Inglaterra chega a ser impensável misturar crianças do 1º ao 5º ano com jovens do ensino médio. O mesmo ocorre nas escolas cubanas. Crianças têm necessidades biológicas, cognitivas e psicológicas totalmente diferentes das de jovens. Tanto é que as salas de aula e ambientes de aprendizagem devem ter equipamentos e materiais disponíveis totalmente diferentes. Quem conhece as boas escolas especializadas no ensino de crianças e as que ensinam os jovens percebe perfeitamente bem a diferença entre elas.

Isso também ocorre no Bandeirantes.

Desde o início de sua existência, há 71 anos, o Band sempre se dedicou ao ensino de pré-adolescentes e de adolescentes. Não temos vocação nem nos equipamos para atender a crianças do 1º ciclo do ensino fundamental, de 6 a 10 anos de idade. Somos reconhecidos por concentrar nossos esforços nos pré-adolescentes de 11 a 14 anos e nos adolescentes de 15 a 17 anos. Para eles temos computadores, laboratórios multidisciplinares, anfiteatro, biblioteca e quadras poliesportivas para práticas coletivas, atividades musicais, teatrais e outras que estimulam o protagonismo juvenil. E os professores do Bandeirantes se concentram nesta tarefa, desenvolvendo projetos, materiais e se capacitando para entender e conhecer a necessidade do perfil de aluno com o qual atuam.

Publicidade

Nos anos 80, com o enorme processo de globalização no nosso planeta, o Bandeirantes promoveu uma série de viagens para que seus dirigentes pudessem visitar o sistema educacional em outros países. Japão, Estados Unidos, Cuba, Inglaterra, Taiwan e tantos outros foram alvo de nossas incursões.

Em todas as escolas visitadas comprovamos a eficácia de um ensino focado para cada faixa etária.

Com base na nossa experiência, acreditamos que a iniciativa do governo paulista em reorganizar a infraestrutura de sua rede de escolas não só irá melhorar a qualidade da educação como também evitará a subutilização de prédios e equipamentos desnecessários que consomem recursos públicos. Estes recursos serão mais bem empregados se forem utilizados de forma racional e na melhoria dos espaços de aprendizagem para cada faixa etária.

Foto 1: Alunos da Escola Primária República Popular de Angola (Cuba)Foto 2: Alunos da Escola Lenin de Ensino Médio (Cuba)  Foto: Estadão

Há, ainda, outra vantagem importante na iniciativa da Secretaria da Educação. Quando há uma concentração de professores numa única escola, propiciam-se melhores condições para eles desempenharem, com êxito, sua missão de ensinar. Numa época em que a capacitação dos professores é a pedra de toque para a qualidade do ensino, isto fará toda a diferença no aprendizado de adolescentes e no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Esse é o sentido da mudança operada na estrutura educacional do Estado, por isso deve ser saudada. É muito bem-vinda.

Publicidade

Mauro de Salles Aguiar Diretor Presidente do Colégio Bandeirantes. Membro do Conselho do escritório de representação no Brasil da Harvard University / David Rockefeller Center for Latin American Studies (DRCLAS). Membro e diretor da área de educação do CEAL (Conselho de Empresários da América Latina. Membro da CEA (Comissão Externa de Avaliação) do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa. Membro do Conselho da Associação Alumni.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.