Bullying: como atuar? 

O convívio escolar envolve inúmeras relações em seu cotidiano, dentre elas aquela que ocorre entre pares. Na escola, crianças e jovens formam importantes vínculos em suas vidas e se deparam com o desafio que é o de pertencer a um grupo. É tarefa de toda a comunidade escolar zelar pela qualidade das relações que se estabelecem, pois elas não estão livres de conflitos e desequilíbrios. Diante do fenômeno específico do bullying não seria diferente, porém sua especificidade exige ações conjuntas que ocorram tanto de forma preventiva quanto interventiva.

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Por Colégio Bandeirantes
Atualização:
 Foto: Estadão

É fundamental ressaltar que o bullying envolve não apenas agressor e vítima, mas também espectadores, aqueles que sabem que o fenômeno existe, porém nada fazem para impedi-lo ou evitá-lo. Dessa forma, o trabalho educativo deve atingir todo o grupo de alunos.

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O Colégio Bandeirantes possui em sua matriz curricular a disciplina Convivência em Processo de Grupo, sendo que um de seus objetivos é fortalecer a autoestima, promover o autoconhecimento e facilitar o processo de desenvolvimento do grupo. Nessa disciplina, também, são ministradas aulas que tratam diretamente do tema bullying. Outra estratégia implementada, recentemente, foi a roda de diálogo com o objetivo de que os próprios alunos levantem discussões acerca do convívio escolar e das relações interpessoais, o que atribui a eles protagonismo em relação aos conflitos e dificuldades, inclusive em relação aos casos de bullying. É um espaço em que eles podem expressar seus pontos de vista e entrar em contato com outras formas de sentir, pensar e agir.

No currículo da escola, ainda estão presentes as aulas de Ética e Cidadania Digital, que proporcionam aos alunos uma reflexão sobre a conduta no mundo digital e suas leis, também, no que se refere ao cyberbullying.

Ter informações sobre o que acontece nos grupos é crucial e, quando identificadas situações de risco pela comunidade escolar ou pelas famílias, o Departamento de Orientação Educacional é comunicado. Dentre outras funções, este departamento atua como ponte entre a comunidade escolar, alunos e famílias. É essencial destacar a importância da intervenção imediata para que a violência presente no bullying escolar não se agrave e não se repita.

Como procedimento, em um primeiro momento, a vítima é ouvida, acolhida e são coletadas informações sobre os episódios de agressão (quais são as situações, quem são os agressores, quem são os pares coniventes). É preciso, também, ajudá-la a identificar as emoções e os pensamento produzidos com os fatos para que, então, sejam discutidas possíveis formas de enfrentamento. Em seguida, ocorre a conversa com os agressores na qual se procura despertar um sentimento de empatia em relação à vítima para que compreendam o sofrimento que estão causando. Investigam-se quais são os fatores que levam o agressor a ter esse comportamento, sempre com o intuito de ajudá-lo a refletir e repensar sua forma de agir. Além disso, discute-se de que formas atuar para reparar o que aconteceu. Por fim, ocorre uma reunião com os espectadores para que entendam o seu papel nos episódios e na necessária mudança de atitude.

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As famílias também são envolvidas, tendo em vista seu importante papel educativo. Primeiro, compartilha-se com a família da vítima as providências que já foram tomadas e aquelas que ainda serão realizadas, sendo destacada a importância de que instruam seu filho a procurar pela Orientação Educacional sempre que necessário. Depois a família do agressor é chamada com o intuito de que esteja ciente do ocorrido e para que auxilie no processo de reflexão e mudança do comportamento. Atuamos de forma a deixar claro que essa atitude não é aceitável e que a convivência respeitosa deve ser garantida, caso contrário medidas disciplinares poderão ocorrer.

A atuação em relação ao bullying escolar é ampla e o trabalho em rede de toda a comunidade escolar em parceria com famílias dos alunos é fundamental para seu enfrentamento. Como uma instituição de educação, pretendemos promover valores e princípios morais e atuar na direção das garantias de direitos fundamentais. É papel da escola oferecer uma formação reflexiva e crítica sobre a responsabilidade de cada um nas relações humanas e na sociedade.

Departamento de Orientação Educacional

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