Como mostra o arquivo reproduzido abaixo, o texto mencionava, entre outras coisas, "alteração no Anexo III". Era nessa parte do documento que estavam as exigências de referências bibliográficas e proibição de erros e de publicidade. E também os itens sobre valorização dos quilombolas e das mulheres. As mudanças - depois anuladas - foram reveladas na quarta-feira pelo Estado.
A grande questão está no link que foi anexado ao aviso. Pelo que se apura no MEC, foi linkada uma versão antiga do edital, feita em agosto e modificada em outubro. O texto anterior era menos exigente com relação às exigências de qualidade e menos politicamente correto, ou seja, com menos referências aos quilombolas e à defesa da mulher.
Para saber quais eram as mudanças, que foram pedidas pela secretaria da Educação Básica, o presidente substituto da FNDE teria que acessar o link e comparar item por item do Anexo III (são 12 páginas). Era preciso ainda ver o que havia sido retirado ou incluído, já que o texto não deixa claro que tipo de alteração seria feita. Fora as outras modificações propostas no mesmo aviso em outras partes do texto. O edital tem 80 páginas.
A equipe do MEC na gestão anterior, no entanto, garante que esse aviso se referia apenas a mudanças sobre arquivos de áudio dos livros e de especificidades sobre tecnologia de informação, que estavam por todo o documento e também no Anexo III.
As alterações foram pedidas por email, com um quadro comparativo do que sai e do que entra, enviado para a equipe técnica do FNDE. Foi lá dentro que a confusão aconteceu. Lot apenas assinou o aviso que foi para o Diário Oficial.
Mesmo com a exoneração de Lot e de outros nove integrantes do FNDE permanece a dúvida: por que o arquivo errado foi usado?