Anna Beatriz
13 de junho de 2018 | 11h30
Quantas estratégias didáticas podem ser planejadas para dar sentido e tornar interessante que 2 somados a outros 2 resulta em 4? E para envolver os alunos no impacto que o movimento modernista teve na sociedade? Ou para que se apropriem de um novo idioma? De forma geral, os mais tradicionalistas indicariam a fórmula material didático aliado ao professor como fonte de explicação. Entretanto, no universo complexo e diverso que vivemos hoje, essa abordagem parece não surtir mais o efeito desejado.
Tudo ao nosso redor mudou. Se antes as fórmulas, as gravuras e as regras dos livros conduziam nossa imaginação até o aprendizado, hoje a nossa atenção é atraída por recursos audiovisuais, empregados em telas dinâmicas (como é o caso das aplicações que trabalham com gamificação) ou nos engajamos quando somos chamados a resolver problemas contribuindo com soluções criativas e, dessa forma, somos colocados no centro do acontecimento.
É necessário que a metodologia de aprendizagem se adeque aos novos contextos de perfil de aluno e realidade.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, criada pelo psicólogo e neurocientista Howard Gardner, diz que todos têm uma inteligência predominante (estilo de aprender) que quando estimulada faz com que o processo de aprendizado seja mais fácil, rápido e eficaz.Cada pessoa tem uma das 7 inteligências essenciais mais desenvolvida e as outras entram como complemento. São elas:
Ter ciência disso orienta os professores para desenvolver estratégias didáticas que levem em consideração o trabalho com a inteligência mais desenvolvida em cada aluno, além de planejar aulas que contemplem todas elas, com o objetivo de que todos os alunos tenham as mesmas chances de aprender e possam desenvolver um vasto leque de habilidades e competências, desenvolvimento necessário para atuar eficazmente no futuro.
E qual o caminho? A ação! Perceba que a definição de todas as inteligências possíveis são relacionadas a atividades práticas e que é por meio da vivência que se aprende.
As metodologias vivenciais que contemplam a ativação de diversas inteligências colocam o aluno como personagem principal do processo de aprendizado. Um mesmo conteúdo é apropriado de diversas maneiras, alcançando e engajando todos os alunos.
Com consequência, os alunos se tornam mais seguros de si e mais aptos a resolver problemas desde cedo, o que contribui para formarmos jovens adultos voltados para a inovação e para a fluidez no convívio com o outro e com o espaço em que vivemos.
As instituições educacionais são importantes agentes de mudança da sociedade e é necessário que se responsabilizem por desenvolver as competências necessárias para que seus alunos se transformem em cidadãos globais, segundo as recomendações da UNESCO para o século XXI.
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