Colégio São Luís Jesuítas
10 de novembro de 2016 | 16h24
CSI é o nome de um dos mais populares seriados envolvendo investigações criminais. É também parte do nome de uma atividade que agitou o Colégio São Luís entre outubro e novembro: a Academia Forense CSI-CSL. Trata-se de uma simulação que começou pela investigação da cena de um crime e terminou no julgamento no tribunal popular.
A proposta aconteceu no contraturno do Ensino Médio e teve a participação de 20 estudantes, selecionados entre 60 inscritos, e interessados no projeto embora ele não valesse nota. Eles atuaram como peritos bioquímicos, matemáticos, fotógrafos ou advogados, dependendo da área de interesse para a vida profissional. Nos primeiros dois encontros, os estudantes passaram por um treinamento no qual aprenderam a fazer experiências biológicas e químicas para reconhecer sangue, digitais e traços de veneno. Até mesmo insetos podiam ajudar a elucidar o crime, pois são diferentes as espécies em cada fase da decomposição.
Tudo ia muito bem até que, numa tarde de quinta-feira, a notícia chegou: José Carlos, funcionário do museu de história natural, fora encontrado morto em seu local de trabalho. Quem o matou? Como? Há quanto tempo ele estava ali? Essa era uma missão para nossos peritos criminais!
Preparados, eles agiram com método: isolaram a área, fotografaram a cena antes e durante a colheita das provas e se dividiram em grupos para fazer os testes. Alguns analisaram manchas de sangue, fizeram exames de DNA do material biológico, análise das larvas dos insetos, outros buscaram digitais na carta, caneca e caneta encontradas. Fizeram ainda a “cromatografia” da tinta da caneta usada na carta e analisaram restos de uma substância encontrada na caneca, pois suspeitavam de envenenamento. O time dos matemáticos fez um molde de gesso a partir da pegada encontrada e a medição da cena do crime.
“O relatório preparado pelos peritos orientou a construção da defesa e ou acusação para o julgamento popular”, explicou Vânia Macarrão, professora de Biologia que planejou a Academia Forense CSI- CSL. “Por isso, era importante que as evidências fossem muito bem colhidas e analisadas”, complementa.
Os alunos que participaram da simulação como advogados também tinham em mente a preocupação para serem precisos. Deviam se ater aos laudos técnicos e aos boletins fornecidos pela “polícia” com informações sobre as pessoas com quem a vítima se relacionava e sobre os depoimentos que elas prestaram. Vale ressaltar que os alunos foram orientados pela professora de português na confecção dos laudos e, na argumentação, pelo professor de sociologia, de modo a conhecer e garantir os direitos humanos no julgamento.
O trabalho terminou no julgamento do crime com a argumentação dos advogados respeitando as leis, o ritual e os Direitos Humanos
No dia 7 de novembro, por duas horas, o teatro do Colégio São Luís transformou-se em um tribunal para resolver o caso de José Carlos. Alunos na função de advogados, professores representando testemunhas e juízes e outros funcionários nos bancos do júri popular trouxeram realismo à atividade.
Pela força das argumentações e evidências, prevaleceu a versão da acusação, segundo a qual a assassina foi sua amante Helen Mary, que premeditou a morte por envenenamento. A defesa bem que tentou passar a versão de que as provas eram inconclusivas. Mas o tribunal do júri decidiu por maioria condená-la. E o juiz aplicou a pena máxima. Uma lição inesquecível para todos os envolvidos. Ainda bem que Helen Mary e José Carlos só existiram na ficção.
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