Escola Santi
24 de janeiro de 2018 | 16h11
O início da vida escolar é uma experiência desafiante para as crianças. Novo espaço, novas pessoas, novas regras, novas rotinas e um momento de ficar longe dos pais por uma boa parte do dia. É sem dúvida um tempo de fortes emoções, de descobertas do novo. E por isso, um tempo de inseguranças e
incertezas trazidas pelo desconhecido.
Cabe à escola, em parceria com a família, realizar um trabalho que facilite a entrada das crianças nesse novo mundo. Nova escola, sala de aula, novos colegas, professores, ambiente diferente, tudo isso implica em grandes mudanças e exige esforço de adaptação. Apresentamos a seguir algumas orientações importantes para que todos entendam o que acontece nesse período e saibam como ajudar as crianças nesse momento.
No período de adaptação, incentivamos as crianças a conhecer o espaço da escola com segurança e autonomia. É importante deixar que elas transitem pelos diferentes espaços e explorem os ambientes existentes: areia, salas de aula, brinquedos, pátios. Sempre na companhia de um educador, para que possam, aos poucos, adquirir familiaridade e segurança com o ambiente escolar.
A familiarização com os educadores é fundamental para que cada criança crie afinidade com eles e, principalmente, sinta segurança para permanecer na escola. Assim, é importante que as crianças percebam que, enquanto estiverem na escola, suas solicitações e necessidades devem ser atendidas pelos educadores. No decorrer desse período, quando houver qualquer solicitação da criança, na
presença de pai, mãe ou acompanhante, é importante que transfiram esta responsabilidade à escola, sugerindo _a criança que sempre solicite ao educador o que for preciso, de modo a transmitir às crianças a confiança nos educadores.
É muito comum que, no período inicial, os pequenos peçam ajuda aos pais ou acompanhantes para levá-los ao banheiro, para acompanhá-los em uma ou outra atividade ou mesmo na preparação do lanche. Nesses casos, uma afirmação do tipo “fale com sua professora, ela vai lhe ajudar”, facilita muito a adaptação e a construção deste vínculo tão essencial. A segurança e a confiança mostrada por pais e acompanhantes são facilmente percebidas pelas crianças e isto é fundamental para que se sintam tranquilas e seguras na escola.
As famílias podem e devem conversar com os filhos sobre a nova escola, contando-lhes inicialmente sobre a professora, outras crianças e as propostas que acontecerão durante os primeiros dias. Ao iniciar a adaptação as conversas devem permanecer, falem sobre os eventos vividos pela classe naquele dia, as histórias ouvidas, retome os nomes dos amigos, etc.
As atividades propostas às crianças nesse período de adaptação têm como objetivo mostrar a rotina da escola, bem como, as novidades que ela oferece: brinquedos, brincadeiras, outras crianças, pessoas diferentes daquelas que estão acostumadas, momentos em grupo para lanchar, pintar, ouvir histórias,
desenhar, conversar e se cuidar. Desde o primeiro dia, elas participam de algumas dessas situações. Muitas atividades são organizadas em conjunto pela professora e por todas as crianças para que se sintam mais envolvidas e integradas ao dia-a-dia da escola.
Cada criança tem o seu ritmo próprio e sua forma peculiar de adaptar-se. Portanto, nesse período, as orientações são individualizadas, contemplando uma diversidade de decisões e horários. A professora e a coordenadora estão atentas e prontas para apoiar e orientar sempre que necessário. As atividades propostas nesses dias simulam o cotidiano escolar, em doses proporcionais ao momento que as crianças estão vivendo. Por isso, temos horários específicos para os três primeiros dias. Depois deste período, o tempo de permanência na escola vai aumentando aos poucos, até que a criança se adapte e consiga permanecer pelo período completo (das 8h às 12h ou das 13h às 17h).
Mesmo que a criança esteja bem adaptada e já se sinta à vontade na escola, o horário reduzido no início é importante para que tenha o desejo de voltar a cada dia e aprender coisas novas.
Para as famílias, esse também é um momento de adaptação. É natural que se sintam ansiosas com todas as novidades que as crianças vão se deparar e com a expectativa em relação à separação. Por isso, aqui na Escola Santi, da mesma forma que cuidamos “dos pequenos”, estamos com nossa atenção voltada aos pais.
Para dar mais segurança à criança solicitamos que pais, mães ou uma pessoa querida esteja presente na primeira semana de adaptação, no horário proposto para esse período. É preferível que a pessoa seja a mesma em todo o processo: do primeiro dia até o momento em que a criança aceitar ficar na escola, sem o acompanhamento de uma pessoa familiar. A experiência de muitos anos no processo de adaptação com alunos na Educação Infantil nos mostra que a troca eventual do acompanhante, traz inconvenientes que, muitas vezes, provocam reinício ou prolongamento desse período.
Para o bom desenvolvimento do processo de adaptação, pais e acompanhantes receberão orientações dos educadores referentes aos momentos oportunos de aproximação e distanciamento. Por exemplo, não é conveniente para a criança que permaneçam dentro da sala de aula conversando, brincando ou
segurando-a no colo. Tais atitudes acabam por interferir no bom andamento do processo.
No momento de deixar a criança na escola ou na sala de aula, a despedida deve ser breve e segura, de forma a transmitir a certeza de que estará por perto e sempre à disposição. Os combinados que fizer com os seus filhos, referentes ao período de adaptação, devem ser comunicados às professoras na frente da criança; nunca deixe de cumpri-los, sobretudo porque a professora será sua “avalista” e pode ficar desacreditada pela criança.
Para apoiar a adaptação, a criança pode trazer, dentro da mochila ou da lancheira, alguns objetos seus (chupeta, cobertor, boneco, etc.). Lembramos que cada um desses objetos deve estar marcado com o seu nome completo. Sugerimos que a organização da lancheira e dos pertences que irá trazer para a escola seja feita junto com o aluno.
Cabe aqui colocar que é bastante comum mudança de humor e comportamento durante o período de adaptação. Algumas crianças podem chorar mais do que normalmente o fazem quando estão em casa, solicitar maior atenção, apresentar dificuldade e resistência em adormecer, alterar o apetite ou demonstrar uma maior irritabilidade diante de algum posicionamento de seus pais. E tudo isso, acreditem, faz parte deste processo pelo qual estarão passando. É fundamental que os pais mantenham-se seguros e tranquilos, pois estas manifestações são passageiras.
Confira mais dicas para a adaptação dadas pela nossa Coordenadora do T2 ao 3º ano, Dami Cunha:
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