Colégio Santa Maria
05 de dezembro de 2018 | 07h30
Autoria: Fernanda S. Lugatto
Henri Wallon (filósofo, médico e psicólogo francês) nos lembra que a criança pequena utiliza seus gestos e movimentos para apoiar seu pensamento, como se este se projetasse em suas posturas. O movimento é uma linguagem, que comunica estados, sensações, ideias. Ou seja, o corpo fala.
Dessa forma, o professor da Educação Infantil precisa organizar vivências em que as crianças possam conhecer e valorizar as possibilidades expressivas do próprio corpo. A dança é uma das linguagens que traz esta possibilidade e dialoga com características e necessidades da criança pequena. Além de ser uma fonte de prazer, desenvolve capacidades muito positivas na criança e, por meio dos movimentos, estimula a motricidade, a postura, a flexibilidade, noções de espaço e lateralidade, fortalece a musculatura, aprimora as noções de espaço, a memória, a disciplina e a conscientização do próprio corpo, além da integração social.
No trabalho da Educação Infantil do Colégio Santa Maria, música e movimento caminham juntos. Aprende-se a cantar canções e criar intimidade com as músicas, utilizando o próprio corpo em movimento. A música torna-se um processo contínuo de construção que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar e criar.
Sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, as crianças exploram e vivenciam um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo.
Em nosso “Dançarte”, evento que envolveu arte, música, dança e teatro, pudemos comprovar como movimentar o corpo por meio da dança é genuíno, prazeroso e lúdico.
Como numa grande brincadeira as crianças dançaram músicas que conectaram e revelaram desejos e histórias vividos no percurso do projeto de cada turma. Foram movimentos com forma e significado, vividos e criados por elas. Movimentos que expressavam pertencimento, emoção e autoconfiança, que inspiraram e retrataram histórias e trajetórias dos grupos de 2018.
Afinal, dizem os dançantes que dançar é uma forma de fazer poesia com o corpo. E foi isso que nossas crianças fizeram!
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