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Opinião|DePrôPraPais: leitura deve ser usada para auxiliar pais na abordagem de temas sensíveis e importantes junto às crianças

Diversidade, racismo, gênero e sexualidade estão entre os temas que a pedagoga e professora da educação infantil, Renata Cardinali, compartilha com pais e educadores em seus canais nas redes sociais.

Atualização:

Imagem: reprodução.  

Nesse momento de isolamento social e até de uma certa "sobrecarga digital", em razão do prolongamento da quarentena, buscar experiências e aprendizados diversos nunca foi tão importante para manter o equilíbrio, promover o autoconhecimento e assimilar o turbilhão de informações.

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Dentre os recursos disponíveis, os livros exercem um papel fundamental - seja no formato físico ou eBook, a leitura é capaz de proporcionar momentos únicos de lazer e de compreensão de si mesmo e do outro de maneira ampla, criativa e livre. Estimula o senso crítico e a formação de opinião, tão importantes em épocas de disseminação de fake news.

Recentemente, em uma entrevista ao jornal espanhol El País, o psicopedagogo italiano Francesco Tonnucci, mencionou a importância de aproveitar a quarentena para a leitura, pois talvez muitas famílias não tenham mais a oportunidade de passar tanto tempo juntas, como agora.

"Propor às crianças que leiam um livro deve ser um presente, não uma obrigação. Há outra maneira que é a leitura coletiva, de família. Criar um teatro que tem seu horário e seu lugar na casa, e um membro da família lê um livro como se fosse uma novela. Meia hora todos os dias. São propostas que parecem pouco escolares, mas todas têm a ver com as disciplinas escolares", explicou Tonnucci, na ocasião.

Além do aspecto lúdico e como ferramenta fundamental para a formação cultural, a leitura também exerce um importante papel social. Em um mundo cada vez mais plural é comum que crianças e adolescentes confrontem os adultos com dúvidas sobre situações diversas que os cercam no dia a dia. Questões relacionadas à sexualidade, gênero, desigualdade, discriminação e preconceito, política, autoritarismo, saúde, entre tantos outros surgem por meio de notícias ou de vivências relacionadas ao seu próprio círculo social.

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Segundo a pedagoga e professora bilíngue da Educação Infantil do Colégio Rio Branco, unidade Granja Vianna, Renata Cardinali do Nascimento, de acordo com a pirâmide de aprendizagem de William Glasser, 10% de tudo que aprendemos é por meio da leitura; 70% quando discutimos com os outros e 95% quando ensinamos. Isso nos mostra que aprendemos mais quando ensinamos e que, como família, precisamos nos colocar como eternos aprendizes- professores.

 Foto: Estadão

Para isso é importante que pais e responsáveis busquem respaldos variados e mostrem-se disponíveis para acolher e orientar as crianças em suas indagações e descobertas; sustentados por embasamentos teóricos científicos - confiáveis. Assim, a relação ensino-aprendizagem se dará mutuamente de forma significativa.

Com uma linguagem fácil e dinâmica, a professora Renata Cardinali também costuma dar dicas em seus canais online DePrôPraPais e de DePrôPraPrô no Youtube, Instagram e Facebook. Neles, a educadora compartilha orientações de leitura, comportamento, educação e atividades para pais, famílias e colegas da área da educação.

Renata Cardinali compartilha dicas de leitura e experiências, em seus canais nas redes sociais. Foto: Estadão

Pedagoga, formada em Letras, especialista em Gestão Escolar e Neurociência Aplicada à Educação, além de experiência que soma mais de uma década em sala de aula, Renata explica que frente às dificuldades e dúvidas apresentadas pelos pais no que tange o processo de educação e autoeducação, o canal DePrôPraPais foi criado para que juntos pudessem discutir, conhecer, entender e criar estratégias para lidar com as diferentes situações que permeiam o universo escolar e familiar.

"Ao estreitar relações entre família e escola, o educando experimenta um espaço seguro e assertivo. Quando estabelecemos um diálogo harmônico entre aqueles que são os responsáveis pela educação de uma criança, minimizamos nesse indivíduo as marcas negativas invisíveis aos olhos e, potencializamos a beleza da existência singular de cada um; assim como, possibilitamos aos adultos a oportunidade de ressignificar seus pensamentos e ações numa troca respeitosa e evolutiva", explica.

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 Foto: Estadão

No início de julho, por exemplo, em razão da celebração internacional do mês do orgulho LGBTQI+, a educadora compartilhou um vídeo e  livros indicados para abordar esse tema no universo infantojuvenil, e para que os pais também possam construir novos olhares junto aos filhos.

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"Sugeri uma série de livros infantis que podem e devem ser usados junto às crianças para trabalhar a questão do preconceito, do gênero e da orientação sexual, de uma forma leve e sutil. Entendo que quando desejamos conscientemente e assertivamente ensinar algo, automaticamente buscamos referências válidas e variadas que servem de subsídio para o aprender para ensinar e, ensinar para aprender", explica Renata.

Segundo a professora, que também tem lido e pesquisado sobre racismo, com base no Pequeno Manual Antirracista, da ativista negra e filósofa brasileira, Djamila Ribeiro; tanto a temática da diversidade sexual, quanto a racial são extremamente relevantes para serem trabalhados com os pais no atual momento. Para além das recentes manifestações contra a violência e o racismo estrutural que dominaram vários países ao redor do mundo, esse é um assunto necessário a ser discutido.

"Se você busca trazer o diferente diante desse cenário que estamos vivendo; se você busca politizar os seus filhos e também a si mesmo; se você busca tirar o véu da ignorância que cobre os nossos olhos, acredito que valha a pena buscar materiais, pessoas, vivências diversas para que seja possível transcender às nossas fragilidades com assertividade - ressignificando conceitos", orienta Cardinali.

E completa "entendo que educar de forma positiva e consciente exige estudo, reflexão e práticas estratégicas, além de uma profunda disposição para se autoeducar".

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Confira alguns livros e obras infantojuvenis sobre esses temas, indicados pela educadora para as famílias:

Tal pai, tal filho? Georgina MartinsUm menino tem um pai muito severo, que lhe conta histórias de homens de sua terra, homens "cabras-machos" e valentes. Quando o menino decide que quer se tornar um bailarino, será preciso enfrentar o preconceito do pai. Foto: Estadão
Do jeito que a gente é, Márcia Leite As experiências de Chico, um adolescente que está tentando entender sua sexualidade, e de Beá, uma garota que detesta a própria aparência, põem em pauta assuntos importantes. Foto: Estadão

 

 

Opinião por Colégio Rio Branco
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