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Blog dos Colégios

Opinião|A escola como uma rede de conversas: a importância das competências conversacionais

Atualização:
Imagem: reprodução.  

Por Luciana Martinelli e Adriana Martinelli*

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A compreensão da escola como uma rede de conversas traz uma nova perspectiva para o desenvolvimento dos profissionais da educação. Diretores, professores, alunos, pais e demais membros da comunidade escolar estão envolvidos diariamente em conversas que buscam colaboração e a aprendizagem do aluno.  Uma aula é uma conversa entre alunos e professor. O planejamento de uma escola é resultado de um conjunto de conversas entre direção, professores, alunos e pais. Uma reunião de pais é uma conversa entre escola e familiares dos alunos. Os corredores e o pátio da escola estão repletos de conversas.

Todas essas conversas geram resultados. A qualidade delas impacta na aprendizagem dos alunos, na satisfação e envolvimento dos professores, na coesão e sintonia do grupo gestor e sobretudo, na capacidade da escola cultivar a confiança e respeito como base das relações entre as pessoas.

O desafio se coloca quando percebemos que por muitas vezes essas conversas não produzem os resultados que desejamos. Professores com dificuldade de se engajar em  projetos colaborativos, planejamentos e atividades com baixa adesão, dificuldade de envolvimento dos pais, alunos insatisfeitos e desmotivados, sensação de impotência e frustração.

Frente a esses desafios uma pergunta nos possibilita abrir um novo espaço de reflexão: o que eu preciso aprender para melhorar a forma como converso e assim, melhorar os resultados que tenho a partir das conversas que faço?

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Conversar não nos exige competências técnicas como conhecimento de matemática, história ou línguas. Mas, para dar uma aula sobre esses temas é necessário para o professor saber escutar seus alunos, indagar para compreender seu universo, reconhecer e desenhar emocionalidades que possibilitem a aprendizagem.

O mesmo acontece com um grupo gestor de uma escola, que além de ter que saber um conjunto de conhecimentos técnicos relacionados à gestão e educação, precisa coordenar ações entre pessoas que pensam e agem de forma diferente, lidar com expectativas, fazer a gestão dos limites e possibilidades da escola, saber desenhar emocionalidades que mantenham o grupo engajado em projetos de futuro.

Essas são as competências que se relacionam diretamente com a forma como conversamos. O primeiro passo para desenvolvê-las é cada um se dar conta da forma como conversa e quais as suas áreas de aprendizagem.

Como escuto meus alunos?

Como abro espaço para as demandas dos professores?

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Quando me sinto escutado na escola?

Como lido quando as coisas não acontecem como gostaria?

Com que emoção entro na sala de aula?

O que me impede de fazer diferente?

Esse reconhecimento possibilita a abertura para o desenvolvimento das competências conversacionais, tais como escutar, desenhar emocionalidades, fundamentar juízos, coordenar ações, fazer processos de mudanças e assim transformar as conversas mesmo as mais cotidianas em poderosos momentos de aprendizagem e mudança.

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Nas memórias da nossa época escolar, conversas que tivemos com professores ou diretores são marcantes e significativas. Aprendizados que, ainda que tenham ocorrido no passado, permanecem presentes até os dias de hoje. Assim são as conversas em nossas vidas: oportunidades de aprendizados. Se reconhecemos seu impacto na vida do aluno, no cotidiano dos professores e demais membros da comunidade escolar, por que não investir em fazê-las da melhor forma possível?

 Foto: Estadão

Luciana Martinelli Consultora de Desenvolvimento Institucional, com experiência nacional e internacional, e especialização nas áreas de processos grupais e planejamento estratégico. Coach Ontológica Sênior, formada pela Newfield Consulting (Chile).

 

Recentemente as especialistas da Dialógica - Desenvolvimento Institucional e Humano ministraram palestras abertas para o público, no Colégio Rio Branco, durante o evento "Encontro com a Direção" sobre otema.

 

Opinião por Colégio Rio Branco
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