Poliedro
23 de agosto de 2016 | 08h41
Um tema de grande discussão entre os profissionais especialistas em Educação Infantil é o que irei abordar. Trata-se da escrita nesse segmento, que vamos olhar não como uma antecipação da alfabetização e sim como uma rica experiência, na qual a criança tem a oportunidade de grafar, refletir, repensar e colocar em prática tudo o que já sabe sobre a escrita.
Em seu livro Psicogênese da língua escrita, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky defendem a importância de: “[…] uma alfabetização contextualizada e significativa através da transposição didática das práticas sociais da leitura e da escrita para a sala de aula e considera a descoberta do princípio alfabético como uma consequência da exposição aos usos da leitura e da escrita que devem ocorrer de uma forma reflexiva a partir da apresentação de situações problemas nas quais os alunos revelem espontaneamente as suas hipóteses e sejam levados a pensar sobre a escrita […]”. Partindo dessa premissa, grande é a importância de a criança estar em contato com o processo de escrita desde a educação infantil. Mesmo não a apresentando de forma convencional, ela vai refletindo sobre os momentos não só de escrita, mas também de linguagem e adquirindo conhecimentos cada vez mais significativos.
A fundamentação teórica da Coleção Gressus, material criado para a Educação Infantil do Sistema de Ensino Poliedro, destaca que: “o (a) professor (a) deve criar instrumentos para avaliar as escritas periodicamente: perceber o que a criança demonstra saber, registrar os conhecimentos estruturados no processo de aquisição da linguagem escrita, organizar um quadro com o nome de todas as crianças, e os pontos avaliados, bem como a hipótese de escrita em que a criança se encontra”. Para o professor, cada produção da criança é uma forma de analisar em que momento da escrita ela está e quais são as intervenções necessárias para que ela avance nesse processo de forma espontânea e significativa, colocando em prática todo o repertório que já possui.
Outro aspecto importantíssimo é garantir que a criança se desenvolva em ambiente letrado. O constante contato com livros, gibis, revistas, cartazes, fichas, alfabeto em exposição, alfabeto móvel, números, jogos e brincadeiras faz com que a reflexão seja frequente e o avanço na escrita e linguagem oral, cada vez mais evidenciado, e realmente internalizado, no que se refere aos aspectos qualitativos e quantitativos.
Embora pequena, a criança precisa ter a oportunidade de acesso a textos de qualidade, suas produções devem ser valorizadas e todo o seu desenvolvimento reconhecido. Ela tem o direito de se desenvolver em um ambiente que ofereça conhecimento, brincadeiras e muita alegria, que serão fundamentais para o seu desenvolvimento futuro.
Por Letícia de Azevedo.
Consultora Pedagógica do Sistema Poliedro.
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