Colégio Anália Franco
24 de outubro de 2019 | 08h55
Ensinar Arte no ambiente escolar é sempre um enorme desafio, pois traz uma série de questões para o professor-artista: É possível ensinar arte? Como articular criação prática com a teoria conceitual? De que forma introduzir todas as linguagens artísticas (artes visuais, dança, teatro, música, vídeo etc.)? Como adequar o processo criativo dentro da estrutura escolar? Dentre tantas outras questões, poderíamos seguir refletindo sobre os múltiplos caminhos da arte no campo da educação. Porém, aqui, concentro-me na seguinte pergunta: a arte na escola deve entreter ou provocar?
Em nosso país, historicamente, ainda temos um longo caminho de sensibilização para compreender os reais valores e funções da arte. Muitas vezes, a arte é vista como algo “menos importante”, ou então como um “perfume” para sofisticar a beleza e estética de uma instituição. Em muitas escolas, a arte é relegada totalmente a um segundo plano, sendo considerada mera “recreação”, ou então momentos de alívio dos alunos diante dos pesos e cobranças de outros componentes curriculares considerados “mais importantes”, como língua portuguesa e matemática, por exemplo.
No Colégio Jardim Anália Franco, temos uma perspectiva completamente diferenciada. A Arte não vem para entreter e, sim, para provocar, para despertar. Aliada a uma proposta de formação integral e humanística, no Anália, consideramos as aulas de arte como momentos de sensibilização e desenvolvimento da criança e adolescente com base em alguns eixos como: criatividade, educação emocional, inovação e competências de trabalho em grupo.
Partimos do princípio que todos os alunos devem ser respeitados em suas diferenças e potencialidades. Alguns poderão ser artistas ou se desenvolver em áreas e carreiras afins, como artes visuais, artes cênicas, design, arquitetura, produção cultural, fotografia, moda, dentre outras. Outros seguirão carreiras distintas e nosso papel maior é despertar o potencial criativo para que eles sejam adultos com capacidade de empreender, inovar e conseguir levar suas ideias para o mundo, tornando-se assim profissionais diferenciados por terem uma escuta ampliada e olhar sensível sobre a vida.
Ao longo do ano letivo, cada turma passa por doze temas diferentes, segmentados em três por bimestre. Por meio das temáticas, vamos desenvolvendo a introdução de todas as competências artísticas com base em experimentação e pesquisas de linguagens unindo a tradição com a contemporaneidade. Com o estudo da história da arte, os alunos vão praticando uma série de criações questionando (a si mesmos e o mundo) e correlacionando suas inquietações aos acontecimentos da atualidade possibilitando a formação de alunos íntegros e interativos.
Tudo isso vai ampliando a capacidade crítica e reflexiva permitindo que os alunos se desenvolvam tanto na criação artística, na fruição estética e também no reconhecimento cognitivo e conceitual dos movimentos artísticos.
O trabalho no Colégio Jardim Anália Franco caminha num sentido muito potente de despertar a autonomia e independência criativa, permitindo que cada indivíduo encontre a sua liberdade de expressão. Seguimos vivendo a valorização da arte como uma área de extrema relevância à formação integral da pessoa e da comunidade escolar. Com isso, acreditamos numa formação que segue plena de sentidos e potências de provocação para existir e aprender a ser um farol de possibilidades em um mundo em constante mudança.
Por Davi Giordano.
Releitura de “O Grito” Edvard Munch
Acesse mais detalhes de projetos artísticos do EFII pelo link:
:http://bit.ly/arteanaliaef22019
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