Colégio Anália Franco
19 de fevereiro de 2018 | 15h32
Por Katia Frassei, professora da Educação Infantil
Quando tive a ideia de desenvolver o projeto da artista plástica Tarsila do Amaral com os alunos do Curso Integral Educação Infantil do Colégio Jardim Anália Franco, pensei na infância que é uma época de descobertas, aventuras e magia para as crianças. É quando ingressam na escola que as crianças têm seus primeiros contatos com as linguagens da arte. E cabe ao professor valorizar o repertório cultural e a criatividade que cada aluno traz para a sala de aula e propiciar aos pequenos novas possibilidades de descobertas e criações. É através do lúdico que as crianças aprendem e enriquecem a sua imaginação.
Penso que ao se valorizar o papel das artes plásticas nesta fase, ao criar, manipular materiais concretos, expressar sentimentos e tomar contato com manifestações artísticas, as crianças descobrem um universo amplo de muitas possibilidades e experiências. Além disso, ampliam sua percepção do mundo, desenvolvem os sentidos e as relações que mantém entre si, além de exercitar as habilidades motoras.
O meu papel como mediadora foi criar condições materiais e pedagógicas para que o contato da criança com a arte acontecesse de forma mais lúdica e prazerosa. Orientando, provocando, e criando um ambiente propício para que ela fizesse, refizesse, experimentasse e construísse.
Minha proposta era fazer com que a arte fosse compreendida pelas crianças como uma linguagem humana, uma forma natural e profunda de expressão de ideias, emoções e sentimentos. E esses novos saberes possibilitaram uma aprendizagem significativa e contextualizada.
As crianças se envolveram e cada vez mais queriam aprender sobre a Tarsila e suas obras. Comecei o projeto mostrando a vida de Tarsila, livros e algumas obras.
As crianças vinham de casa falando de suas obras e sugerindo atividades para serem elaboradas.
Tivemos algumas releituras confeccionadas em grupo como o caso da obra dos “Operários”, “Abaporu”, “Vendedor de frutas” onde propus situações de investigações, debates, análises, por meio de situações concretas, criando boas situações de aprendizagem. E o mais importante a meu ver, sobre cada obra foi respeitada a opinião de cada um.
Todas as releituras desenvolvidas por eles foram espalhadas pela escola fazendo com que outros alunos também participassem da releitura como foi o caso das obras “O vendedor de frutas” e “Abaporu” que ao misturar foto, arte, criatividade e um pouco de habilidade manual, as crianças “entraram” literalmente no quadro.
Outra releitura interessante foi da obra “Urutu”. Fizeram uma visita ao laboratório da escola onde conheceram a cobra, e depois usaram um ovo de verdade, massinha de modelar e tinta guache na composição.
A integração com os alunos da 3ª série do Ensino Médio também foi muito produtiva. As crianças foram caracterizadas e contaram um pouco da vida e obras de Tarsila.
Tivemos momento de culinária utilizando cores aos alimentos.
Posso dizer que foi muito divertido e prazeroso trabalhar esse projeto e com certeza as crianças reconhecerão algumas das obras principais da Tarsila do Amaral ao longo da vida e saberão falar sobre elas, de maneira leve e descontraída mesmo que superficialmente.
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