PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Blog dos colégios

Monumento do Colégio Humboldt que marca reunificação alemã e o fim do totalitarismo vence concurso do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha

Por Colégio Humboldt
Atualização:

Concorrendo com mais de 140 escolas alemãs, Colégio ganhou junto a outras três instituições com obra que homenageia a unificação da Alemanha e retrata o regime totalitarista. Premiação foi realizada de forma online na última quinta-feira

 
 

PUBLICIDADE

O Colégio Humboldt, instituição bilíngue e multicultural (português e alemão) localizada em Interlagos (SP), é um dos vencedores do concurso "Erinnern für die Gegenwart" ("Lembrar para o presente"), promovido pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha para todas as 140 escolas alemãs no exterior. A cerimônia virtual de premiação na Alemanha foi transmitida ao vivo na última quinta-feira (25/02) e todas as turmas do 9º do Ensino Fundamental II até o 3º ano do Ensino Médio assistiram acompanhadas de seus professores. Como prêmio, o Colégio recebeu um cheque simbólico no valor de 15 mil euros. As outras três instituições vencedoras foram uma escola alemã de Santiago (Chile), uma de Atenas, na Grécia e outra em Istambul, na Turquia.

De acordo com o diretor-executivo do Colégio Humboldt, Fábio Martinez, o monumento da instituição retrata passado sombrio da Alemanha e as conquistas do presente. "É fundamental que a simbologia do monumento incentive a reflexão sobre um capítulo sombrio da história e a transição para a liberdade e a democracia, para que este capítulo jamais volte a se repetir".

Para Mathias Rempel, professor de Filosofia e História, a premiação é o reconhecimento do trabalho realizado por toda a equipe envolvida, entre alunos, professores, coordenação e direção. "Foi um trabalho muito bem feito. Então, é um incentivo de continuar com os trabalhos e inspirar outras escolas".

O projeto do Colégio se chama "DenkMalNach - FragMalNach", em que DenkMalNach significa "pense sobre isso" e FragMalNach significa "pergunte sobre isso" no sentido de pensar e perguntar criticamente sobre os eventos históricos.

Publicidade

 
 

O concurso contribui para a promoção e a discussão da cultura de memória nas escolas, incentivando-as a lidar com a sua própria história, com seu contexto regional histórico e a refletir sobre o presente. De acordo com Ronny Möller, professor de História e Educação Física (disciplinas ministradas em alemão) envolvido na elaboração da proposta, o conceito do monumento permite a reflexão sobre outros temas relacionados, como o da ditadura RDA (República Democrática Alemã) e o da ditadura civil-militar no Brasil em outros subprojetos. Além disso, também pode ser usado de várias formas durante as aulas regulares, e não apenas para História, Ética, Arte ou Alemão. "O projeto oferece à escola uma grande oportunidade de adotar uma posição clara sobre questões presentes do mundo contemporâneo e, talvez assim, criar algo que possa até proporcionar um alcance que supere os muros da escola", afirma.

Um dos critérios importantes da competição é a participação dos alunos no projeto de forma intensiva e autônoma. Os estudantes da turma do Abitur (curso certificado pelo governo alemão que abre portas para ingresso em universidades da Europa e universidades privadas brasileiras) elaboraram questões-chave sobre a era nazista - o totalitarismo e suas consequências fatais, e pesquisaram conteúdo, cultura da memória e possibilidades de expressão, além de contribuir com ideias de um local de lembrança nas dependências da escola.

Os alunos foram divididos em dois grupos de trabalho. Um deles, apoiados por Tiago Santos, professor de História, trabalhou em um documentário sobre "memória" no Colégio. O outro grupo lidou com o desenvolvimento da criação e construção do monumento e contou com o apoio de Ronny Möller e Mathias Rempel. O artista Ricardo Ramalho e o arquiteto Luiz Biasi são os responsáveis pelo planejamento e questões de estética artística da obra.

 

Ampulheta simboliza o tempo

Publicidade

 
 

A obra, com dimensões de 10 metros de comprimento, 4,65 metros de largura e 3,35 metros de altura, tem o formato de uma ampulheta e representa uma espécie de "buraco de minhoca", uma analogia para uma passagem entre passado e presente; será interativo, o que possibilita o movimento de pessoas dentro da construção, que entrarão pelo lado do "passado", um "passado escuro e sombrio" que representa o totalitarismo, podendo passar por uma seção média mais baixa para o outro lado, o "presente", projetado com aspectos positivos, como diversidade, liberdade e democracia.

 
 

Após uma análise aprofundada de muitas formas diferentes de monumentos e memoriais, os estudantes desenvolveram suas próprias concepções em um trabalho de equipe, desenvolvido com o apoio do departamento de Artes da escola. Em várias reuniões, Patricia Naka, professora de Artes Visuais do Colégio juntamente com o curador e artista Ricardo Ramalho, auxiliaram e orientaram os alunos em diferentes contextos e formas artísticas de monumentos, desenvolvendo assim uma ampliação de repertório artístico para os estudantes, fundamental para a elaboração dos diversos modelos de monumento.

 
 

"Todo o ambiente estará repleto de grades de metal, como as de uma prisão, as quais deverão dificultar a passagem. O ambiente do "presente" é projetado de tal maneira que aspectos positivos contrastem com o ambiente do "passado", traduzidos em diversidade, liberdade e democracia", finaliza a professora Patricia Naka.

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.