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Blog dos colégios

Quem é cada um de nós na cidade?

Por conteúdo Escola Viva
Atualização:
 Foto: Estadão

A Escola Viva opta por fazer, com a 1ª série do Ensino Médio, um estudo do meio imersivo no Centro de São Paulo de três dias e duas noites (este ano, entre os dias 24 e 26 de maio), que permite a reflexão coletiva e individual de como a metrópole de São Paulo se constituiu e reconstitui em uma dinâmica em que os elementos históricos, espaciais, culturais e sociais interagem e se condicionam a todo o momento.

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Compreender a forma como a cidade apresenta suas questões, como as metrópoles são (des)organizadas e se (re)organizam, nos permite perceber os rumos e dilemas de uma época, sobretudo no que se refere à essência da própria existência humana.

O estudo do meio começa com os alunos pegando o transporte coletivo rumo à Praça da Bandeira ou o Largo São Francisco. Nesse percurso pela avenida Nove de Julho, os alunos começaram a entender a geomorfologia da cidade. Ir ao centro de São Paulo por esse caminho é retomar o deslocamento que se fazia pelo Rio Saracura.

Pátio do Colégio, Várzea do Tamanduateí, Praça do Patriarca, Igreja São Bento. O interessante desse percurso é compreender como a cidade revela diversos tempos históricos - novo, antigo, moderno - que se misturam! A arquitetura da cidade também revela: parece que São Paulo tem problemas para incluir as pessoas... o grupo de alunos ficou sensível à exclusão.

   Foto: Estadão
   Foto: Estadão

A noite é marcada pela apropriação de uma cidade que não conhecemos: a vida noturna para as culturas juvenis. Os alunos são divididos em três grupos:

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O primeiro grupo percorreu o centro de São Paulo de bicicleta. O segundo ocupou a praça Roosevelt, respeitando a diversidade, e praticou skate e parkour. E o terceiro grupo entendeu como a cidade sofre intervenções, fazendo grafite naquilo que não consegue dar sentido.

     Foto: Estadão
     Foto: Estadão
     Foto: Estadão

São Paulo nos convida a pensar sobre o encontro de culturas, povos, tribos e pessoas. Olhar a diferença no cotidiano da cidade é se perguntar: o que precisamos fazer para a cidade ser de todos? Com essa intenção, no segundo dia de estudo do meio, os alunos visitam o COPAM, a Biblioteca Mário de Andrade e o Mercado Municipal.

 Foto: Estadão

Percorrer esses espaços sensibiliza para a reflexão sobre como o eixo temático da 1ª série do Ensino Médio - "Identidade e Representações: Somos quem queremos ser?" - coloca a necessidade de entender a dinâmica dos espaços. Esta compreensão fez com que nossos jovens desejassem manifestar artisticamente um incômodo com o nosso momento, humanizar o outro, implica em nos humanizar. A intervenção artística na Praça da Sé foi a forma que os jovens encontraram para revelar esse incômodo com a desumanização que vivemos. Veja o registro dessa intervenção:

O terceiro dia é dedicado a entender a relação entre a memória e a resistência, e como ela revela a construção da cidade. Os alunos visitam a Estação da Luz / Júlio Prestes e uma ocupação de pessoas que lutam por moradia e dignidade, a Ocupação Mauá. Lá, encontramos jovens e crianças que anseiam por uma vida melhor. Estar na ocupação deixa marcas da não inclusão que nossa cidade, mais uma vez, revela.

 Foto: Estadão

Os saberes escolares possibilitam uma compreensão dos fenômenos presentes em nosso cotidiano. Estar com a Escola no Centro de São Paulo é interessante quando registramos as informações, as marcas da cidade e as impressões que nos ajudarão - de volta para a Escola - a entender como o diálogo com a cidade auxilia na compreensão do ser paulista, do ser cidadão paulistano. O conteúdo elaborado na Filosofia, nas Linguagens da Arte, na História e na Geografia e nos eixos temáticos que estruturam a 1ª série do Ensino Médio da Escola Viva: 'Identidade e representações: somos quem queremos ser?' e 'A tecnologia nos desumaniza?' norteia a discussão sobre como construímos nossas identidades.

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Entender que os passos apressados e descompassados podem esconder, às vezes, de maneira poética, em outras, de forma dramática, que a metrópole do século XXI (e São Paulo revela isso!) é, na verdade, um espaço em disputa, uma disputa em que a felicidade de alguns não inclui a felicidade de todos.

   Foto: Estadão

 

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