Thais Gonzales
05 de maio de 2018 | 10h22
As taxas de suicídio de crianças e adolescentes no Brasil têm aumentado nas últimas décadas. Nos últimos cinco anos, a incidência entre jovens de 12 a 25 anos teve um salto de quase 40%. Na última semana, a mídia trouxe à tona novos casos.
De acordo com o Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, a adolescência traz uma vulnerabilidade muito grande em relação ao bullying, a pressões sociais. As redes sociais são um dos grandes motivadores de aumento de ansiedade, seja por comentários maldosos ou as famosas fake news, que viralizam instantaneamente.
O especialista explica que para lidar com essa fase, as famílias precisam identificar mudanças no comportamento do filho, buscar conversar, entender o que se passa e estar próximas da escola. “Diálogo e acolhimento são essenciais para que eles tenham segurança de compartilhar esses assuntos com os pais”, diz.
A diretora do Colégio Alicerce, Valéria Veiga, ressalta que a escola é parte importante na vida e no universo do jovem, podendo, assim, participar do cuidado e da prevenção de diversos aspectos da saúde de seus alunos. “A parceria com a Família é fundamental nesse processo para que toda a ajuda seja voltada para o mesmo objetivo. Estar inserido no grupo escolar e perto dos professores é importante para uma reflexão constante sobre temas tão delicados”, acrescenta.
No colégio, as dores e os dilemas são observados, ouvidos e tratados com atenção e responsabilidade. Há espaços para o diálogo sobre a depressão, o bullying, as drogas, entre outros temas que envolvem os adolescentes.
Fique de olho nos sinais
Segundo o Dr. Mario Louzã, é preciso estar atento a alguns sinais de que algo não vai bem:
– alterações de humor e no comportamento do aluno (mais intensidade do que é esperado nessa fase);
– isolamento;
– irritação e agressividade constante;
– processos autodestrutivos, como automutilação também são sinais;
– aumento ou perda de apetite;
– baixo rendimento e desinteresse pela escola e amigos.
Como ajudar
A diretora reforça a importância da presença e do afeto dentro de casa. Veja também outras dicas.
– diálogo e acolhimento são essenciais;
– incentive o desenvolvimento de habilidades socioemocionais do seu filho;
– acompanhe as redes sociais e as amizades desse adolescente;
– a família é o alicerce e referencial e deve estar sempre acessível para ouvi-lo, participando do dia a dia e oferecendo carinho e atenção.
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