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Idealizador da ONG Segunda Chance é aprovado em renomadas universidades dos EUA

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Por Andrea Tissenbaum
Atualização:

Yuri Costa | Foto: Crimson Education

Selecionado para o disputado programa Bolsa Crimson Brasil, que apoia jovens talentosos em suas candidaturas, Yuri Costa iniciará seus estudos na Duke University em agosto.

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Yuri Costa se apoia nos estudos para vencer barreiras, crescer e fazer a diferença na sociedade. Estudante de escola pública, foi aceito com bolsa integral em duas renomadas universidades nos Estados Unidos. Em agosto inicia sua graduação na Duke University, em Durham, a 12ª melhor instituição do país segundo o US News & World Report. Com ajuda da Bolsa Crimson Brasil, conquistou sua vaga entre 44.481 candidatos e vai cursar Políticas Públicas e Engenharia para continuar ajudando - e inspirando - jovens brasileiros em projetos sociais.

Nascido em um bairro periférico de Juiz de Fora, Yuri foi colocado no sistema de adoção aos seis anos, devido à dependência química da mãe. Acolhido pela ONG Aldeias Infantis SOS Brasil, foi adotado pela primeira vez aos 11 anos, mas a adaptação à família não deu certo e ele passou a viver em um lar temporário até completar a maioridade.  O incentivo aos estudos foi dado por sua "mãe social", a assistente social que o acompanhou desde sua chegada à casa de adoção. "Ela tinha o sonho que eu entrasse no Instituto Federal mas faleceu antes disso, quando eu estava no 8º ano do Ensino Fundamental. Como forma de homenageá-la, passei na prova de admissão e entrei no ano seguinte" ele conta.

Yuri percebeu, então, que podia ir longe com os estudos e mudar sua realidade. "Conheci o United World Colleges (UWC), programa global que dá bolsas de Ensino Médio em diferentes países, para que os alunos se aprofundem somente nos estudos. Não fui aprovado, mas enxerguei a oportunidade de estudar fora como uma forma de construir um futuro diferente", diz. A vontade de vencer fez com que se destacasse como um dos melhores alunos de sua classe e o encorajou a desenvolver projetos para ajudar outros jovens.

Um deles é o Projeto CID, que busca reduzir a evasão escolar através de palestras, parcerias e tutoria acadêmica. "Eu sou o único de minha família que conseguiu se formar no Ensino Médio e isso tem uma importância muito grande para mim. Muitas pessoas com condições ou vivências semelhantes às minhas não conseguem, então quero apoiá-las, mostrar que elas também conseguem", diz.

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A iniciativa o ajudou a fazer parte do seleto grupo de candidatos aprovados no programa global Watson Semester Accelerator, do Instituto Watson, que busca formar uma nova geração de jovens empreendedores. Em agosto de 2019, Yuri teve a oportunidade de passar cinco meses em Boulder, no Colorado (Estados Unidos), com todos os custos cobertos. Aprendeu inglês e a desenvolver habilidades como estruturação e manutenção de projetos, angariação de fundos e desenvolvimento de propostas de negócios.

Na volta ao Brasil, a Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Juiz de Fora viu o potencial de Yuri e passou a convidá-lo a visitar abrigos e colégios para promover palestras e inspirar outros adolescentes. Nascia, assim, o Projeto Segunda Chance, através do qual presta mentoria e realiza círculos de discussão e workshops. "Eu só conquistei tudo isso porque tive ajuda de muitas pessoas que acreditaram em mim, então é uma forma de retribuir, uma oportunidade de ser um espelho para pessoas como eu".

Paralelamente, Yuri buscava realizar seu sonho de estudar fora e se inscreveu para universidades americanas que oferecem bolsas de estudo, mas não teve sucesso. Determinado, pesquisou como se preparar melhor, participou da terceira edição do programa Bolsa Crimson Brasil e foi um dos dois talentos selecionados para receber total apoio em seu processo de candidatura às melhores universidades do mundo. 

"As grandes instituições costumam aprovar estudantes com excelentes notas na escola, com perfil de liderança, criativos e engajados em atividades extracurriculares que demonstram suas paixões e aptidões. Alunos com esse perfil e que demonstram necessidade financeira também podem receber bolsas, incluindo bolsas integrais. As universidades mais competitivas aprovam geralmente menos de 8% dos inscritos, então é fundamental contar com ajuda especializada", aponta Laila Parada-Worby, gerente da Crimson Education no Brasil.

 "Senti que o meu time da Crimson realmente acreditava e se importava em me ajudar e isso fez uma enorme diferença. Contar com todo esse apoio foi fundamental para o meu sucesso na candidatura, ainda mais porque eu queria - e precisava - entrar numa instituição que me desse condições financeiras de estudar e que estava entre as mais disputadas" explica o mineiro.

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Yuri Costa | Foto: Crimson Education

A resposta a todo esse esforço chegou por e-mail, com a mensagem da Duke University, chamada de "Likely Letter", que indicava sua aprovação. "Eu não tinha entendido muito bem o que era aquele e-mail, até concluir que eles estavam confirmando a minha aceitação e a bolsa de estudos integral. Foi o momento mais importante da minha vida!". Além de Duke, Yuri também foi aceito para a Northwestern University - campus Qatar, considerada a 9ª melhor dos EUA - de acordo com o ranking US News.

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O jovem optou pela Duke, onde vai estudar Políticas Públicas e Engenharia. "Quero adquirir conhecimento para aprimorar meus dois projetos, o CID e o Segunda Chance, e impactar positivamente a vida de jovens brasileiros como eu. Eu acredito que o esforço individual e a ajuda daqueles que se importam com você fazem toda a diferença. Minha mensagem é que as oportunidades existem, então se agarre a todas, sonhe grande e dê o seu melhor para alcançar seus objetivos", ensina Yuri Costa aos 22 anos. 

Obrigada Yuri, você é um exemplo para todos nós!

Andrea Tissenbaum, a Tissen, escreve sobre estudar fora e a experiência internacional. Também oferece assessoria em educação e carreiras internacionais.Entre em contato: tissen@uol.com.br

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