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A tecnológica Coreia do Sul

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Por Andrea Tissenbaum
Atualização:

País amistoso, repleto de cenários singulares e altamente desenvolvido, a Coreia do Sul tem excelentes universidades. Um destino especial para estudar no exterior.

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Oficialmente chamada de República da Coreia, a Coreia do Sul, país da Ásia Oriental, fica localizada na parte sul da península coreana e tem como vizinhos a China, o Japão e a Coreia do Norte. Com uma população de mais de 51 milhões de habitantes, é uma democracia presidencialista. 

Atualmente, a Coreia do Sul faz parte do G20, o grupo das 20 maiores economias mundiais. O país teve um dos crescimentos econômicos mais rápidos do mundo entre as décadas de 60 e 80. Superdesenvolvida tecnologicamente, tem um dos maiores sistemas de banda larga e fibra ótica do mundo. Além disso, algumas de suas multinacionais são bem famosas, como as empresas automobilísticas Kia e Hyundai e os conglomerados eletrônicos LG e Samsung.

Nos últimos anos, a cultura pop da Coreia do Sul tem conquistado o mundo. Os principais responsáveis por isso são os grupos musicais K-pop. Marcado por superproduções, coreografias acrobáticas e videoclipes elaborados, o estilo musical já pegou no Brasil há alguns anos. Aulas de dança K-pop acontecem em vários centros urbanos e grandes nomes do gênero já se apresentaram por aqui.

Mas a fama da cultura coreana não se limita apenas à música. Produções televisivas e cinematográficas sul-coreanas cada vez mais ganham as graças do público internacional. Mesmo com uma forte influência ocidental, esta popularização dos produtos culturais da Coreia tem levado seu idioma, cultura e costumes para diferentes partes do globo.

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Graças a seu avanço tecnológico, a Coreia do Sul tem uma rede de transporte público eficiente, formada por trens de alta velocidade, ônibus, balsas, autoestradas e voos que ligam todo o seu território. Em Seul, a capital e maior metrópole do país, o trânsito congestionado é comum, afinal, há um registro de mais de três milhões de carros sendo utilizados. No entanto, quem escolhe essa cidade como destino de estudo pode se despreocupar, porque há várias formas de chegar nos lugares. Isso sem falar nas bicicletas, é claro.

Demonstração do time Kukkiwon de Taekwondo | Foto: Republic of Korea, via Flickr

Para os interessados em artes marciais, a Coreia do Sul é o berço do Taekwondo. Esse é o caso de Romulo Siqueira, 27 anos, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp em 2017.  O jovem cresceu em um bairro japonês de São José dos Campos onde desde cedo praticou Taekwondo. A paixão por essa arte marcial, que tem como preceito fundamental o Hongik-Ingan, ou o "bem-estar de toda a humanidade", fez com que ele se prometesse que algum dia iria para a Coreia do Sul.

"Eu queria entender porque eles são tão bons no que fazem, tão especiais. Então, quando estava na graduação, encontrei a chance de fazer isso através do programa Ciência sem Fronteiras. Passei 10 meses na KAIST, uma universidade que além de muito boa é bem difícil. Os melhores cursos são em engenharia e a área de robótica deles é incrível. A KAIST fica em Daejeon, uma cidade pacata do interior do país, bem diferente da movimentada Seul. Morei no dormitório estudantil, no campus da universidade e tive uma vida bem confortável", ele explica.

Estacionamento de bicicletas na KAIST | Foto: Romulo Siqueira

No entanto, há outras opções de acomodações estudantis na Coreia do Sul, como alugar um imóvel ou se hospedar em uma boarding house, parecida com o homestay, uma acomodação em casa de família ou pensão. O pacote costuma incluir pelo menos duas refeições. Os goshiwon, quartos minúsculos, geralmente mobiliados e confortáveis, são a opção mais barata. Os próprios coreanos têm o costume de alugar um goshiwon quando querem minimizar as distrações e focar nos estudos.

A combinação tradição e modernidade é uma característica na Coreia do Sul - na arquitetura, na culinária e nas relações humanas. Romulo, que teve a oportunidade de conviver de perto com a cultura coreana, afirma que a parte mais difícil de sua experiência foi a adaptação aos costumes locais.

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Templo de Bulguksa, em Gochang | Foto: Romulo Siqueira

"Desde os pequenos gestos, como entregar um objeto com as duas mãos, porque com uma só é falta de respeito, até o tratamento aos mais velhos ou mais experientes que você. Com o tempo, tive que me adaptar para não estar constantemente ofendendo as pessoas. Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul é um lugar onde todos trabalham duro, mas se divertem na mesma proporção. A vontade de ser grande também me chamou muito a atenção. Difícil encontrar um coreano que queira só ficar de boa. Todos os que conheci queriam fazer alguma coisa importante na vida, tornar-se uma referência", complementa.

O governo sul-coreano investe muito em educação, considerada essencial para o desenvolvimento da população e do país. A Coreia do Sul foi o primeiro país do mundo a implementar internet banda larga em todas as escolas de ensino fundamental e médio. Além disso, também foi responsável pelo desenvolvimento dos primeiros livros didáticos digitais distribuídos gratuitamente aos estudantes da rede pública.

Campus da KAIST, na Coreia do Sul | Foto: Romulo Siqueira

De fato, estudar em uma universidade sul-coreana é puxado. Romulo afirma que se o curso de engenharia na Unicamp era difícil, na KAIST era mais ainda. "O acompanhamento deles era bem rígido e os coreanos são competitivos em termos de provas. Eu não vi nenhum coreano pensando em ajudar um colega e colar está fora de cogitação. Nós recebíamos a nota e éramos ranqueados em relação aos outros alunos, eles exercitam bem a competitividade. Eu tinha que estudar bastante para acompanha-los. Os professores estavam à disposição para nos ajudar, tínhamos muitos materiais disponíveis, mas os exercícios eram bem complexos e os estudos ocupavam os meus dias".

Universidade Nacional de Seul | Foto: jgmarcelino, via Flickr

Seul tem o maior aglomerado de instituições de ensino superior do país, com mais de 30 universidades. De acordo com o ranking mundial do Times Higher Education, a Universidade Nacional de Seul é a mais renomada delas, seguida pela Universidade de Sungkyunkwan (SKKU), KAIST (Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia),  a Universidade Pohang de Ciência e Tecnologia (POSTECH) e a Universidade da Coreia.

Universidade de Mulheres Ewha, em Seul | Foto: Plexitube, via iStock

No entanto, outras instituições de ensino superior merecem destaque, como a Universidade Yonsei, a mais antiga do país, fundada em 1885, a Universidade de Mulheres Ewha, a Universidade Hanyang, a Universidade Kyung Hee e a Universidade Konkuk. Todas oferecem programas em inglês, mas é bom saber um mínimo de coreano ao chegar no país. Segundo Romulo, "muita gente vai com a ideia de que os coreanos falam inglês. Isso é verdade, mas a maioria deles acaba não falando por ter vergonha. Os mais velhos não falam mesmo. Então, aprenda o básico, porque isso vai ajudar muito".

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Se você tem interesse em trabalhar durante os seus estudos, saiba que isso é possível. Como aluno internacional, com visto de estudante, você pode trabalhar até 20 horas semanais durante as aulas e por horas ilimitadas durante as férias. Romulo trabalhou em um programa da Hyundai durante o seu intercâmbio. "Foi bem legal e cada aluno desenvolveu um projeto dentro da matriz da empresa".

Boliche com colegas coreanos da Hyudai | Foto: Romulo Siqueira

As fontes mais confiáveis de informações para brasileiros interessados em estudar no país são a Embaixada da República da Coreia do Sul em Brasília e o Consulado Geral em São Paulo. Apesar de ser possível permanecer por lá por até 90 dias sem precisar de um visto, se os seus estudos ultrapassarem três meses, você deve entrar em contato com o consulado para solicitar um visto. Saiba mais aqui.

O governo da Coreia do Sul oferece diversas bolsas para estudantes internacionais através do programa Global Korea Scholarship. A maioria delas cobre as taxas universitárias, custo de vida, seguro saúde, passagens aéreas e também podem incluir um apoio financeiro adicional ou um apoio para pesquisa.

Universidade Kyung Hee, em Seul, Coreia do Sul | Foto: Hanhanpeggy, via iStock

Para quem tem interesse em lecionar a língua inglesa no país, dois programas oficiais recebem estrangeiros. O English Program in Korea (EPIK) contrata professores internacionais para ensinar inglês a alunos do ensino fundamental, médio e superior em instituições públicas do governo localizadas em áreas metropolitanas e no interior. Já o Teach and Learn in Korea (TaLK), seleciona bolsistas estrangeiros interessados em lecionar inglês em escolas do ensino fundamental em áreas rurais.

Romulo teve uma excelente experiência na Coreia do Sul. Fez amigos, conviveu com algumas famílias locais e ainda mantém contato com sua rede. "Os coreanos são muito receptivos com os brasileiros e têm uma enorme curiosidade sobre o Brasil, não foi difícil me enturmar. Além disso, absorvi o espírito local de sempre buscar o meu melhor, de estar positivamente inquieto, ter qualidade de vida e de sair de minha zona de conforto sem medo".

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Em 2017, mais de 120 mil alunos internacionais foram estudar na Coreia do Sul. O número expressivo, coloca o país em um bom caminho para alcançar sua meta de receber 200 mil estudantes estrangeiros até 2023.

Quem sabe até lá você não é um deles?

>> Saiba mais sobre a Coreia do Sul no site oficialStudy in Korea. Conheça alguns fatos e curiosidades sobre o país AQUI.

Andrea Tissenbaum, a Tissen, escreve sobre estudar fora e a experiência internacional. Também oferece assessoria em educação e carreiras internacionais.Entre em contato: tissen@uol.com.br

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