Os jovens utilitários gostam de entender o que cada investimento de suas vidas vai lhes trazer como recompensa. Na escolha da profissão, isso não é diferente. Carreiras estruturadas, com boa empregabilidade e remuneração atraente, como Engenharia, Administração e Direito, estiveram em alta por muito tempo. Nesse contexto, a carreira de professor não é uma opção, já que o salário não é atrativo e o progresso profissional ainda tem um caminho pouco claro.
Porém, o mercado de trabalho está mudando e hoje valoriza cada vez mais competências e comportamentos a uma formação específica ou conhecimento formal. Ao mesmo tempo, os jovens estão à procura de algo a mais que um emprego. Eles querem ganhar dinheiro sim, mas querem fazer a diferença no mundo!
Não dá para generalizar, mas eu tenho visto cada vez mais jovens que buscam carreiras onde a sua contribuição seja palpável, beneficiando sua comunidade, seu bairro, sua cidade ou seu país. Isso é um movimento silencioso que independe de geografia ou classe social. Esses são os jovens que vão fazer a diferença no mundo. Esse jovem tem o DNA para ser professor!
Em todos os países onde a Educação atingiu a excelência, os professores são recrutados entre os melhores e mais talentosos da sociedade.
E o que falta para conseguirmos isso no Brasil?
Primeiro, temos que desmistificar a profissão, afinal, ser professor não é tão ruim assim. Um bom professor pode inclusive ganhar bem, trabalhando em escolas, criando conteúdos para editoras e até empreendendo como educador.
Segundo, temos que resgatar o orgulho da carreira de professor na sociedade. Temos que passar a tratá-lo como um agente transformador que auxilia, não somente na formação do indivíduo, mas também no caráter das nossas crianças e reforça os valores da cidadania: a tolerância, o espírito colaborativo e o convívio em ambiente de grande diversidade e pluralidade de opiniões e crenças. Os pais tem um papel importantíssimo e devem ser exigentes com os professores, mas também devem tratá-los como grandes aliados, pois são os professores de seus filhos que vão ajudá-los a educar e formá-los.
Terceiro, temos que investir na formação deste professor profissional para que ele domine os saberes a serem transmitidos para as crianças, mas, principalmente, para que saiba estimular as crianças a gostarem de aprender. Professores que saibam ensinar de uma forma conectada com a atualidade e que saibam dar significado aos conteúdos. Professores que motivem as crianças e jovens a desafiarem o óbvio, a serem eternos buscadores de caminhos alternativos e da verdade.
Quarto, temos que reconhecer esses professores oferecendo a eles o mais alto prestígio, mostrar seus exemplos como verdadeiros heróis nacionais. Criar condecorações, pódios e homenagens das mais diferentes formas e mídias para que eles sejam elevados ao seu verdadeiro valor na sociedade!
Na hora em que o jovem perceber que ser professor é a melhor forma de transformar o mundo, tudo mudará e poderemos reescrever a história do país a partir disso!