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Blog dos Colégios

Atender à base e ir além

A partir de 2019, Sabin e AB Sabin começam a se adequar à BNCC, sem grandes mudanças para pais e alunos

Por Colégio Albert Sabin
Atualização:
 

No dia 20 de dezembro do ano passado, um importante avanço para a Educação Brasileira, há trinta anos ambicionado, finalmente se concretizou. Após longo debate, um acordo costurado em diversas etapas e em diferentes fóruns resultou na aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Trata-se, conforme o CNE, de "documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos no âmbito da Educação Básica". Em linguagem simples, a referência definitiva sobre o que todo estudante precisa ter aprendido ao final de cada etapa da vida escolar até o 9o ano (a Base para o Ensino Médio ainda está em discussão). É uma conquista que o País perseguia pelo menos desde a Constituição de 1988, que determinava a fixação de "conteúdos mínimos" escolares para "assegurar formação básica comum" a todos os brasileiros.

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O processo, no entanto, ainda não terminou. Agora, o Brasil se deu dois anos de prazo, a partir de 20 de dezembro de 2017, para que a BNCC seja efetivamente implantada. O que significa dizer: dois anos para que a formação de professores pelas universidades, a produção de materiais didáticos pelas editoras e os currículos e projetos políticopedagógicos elaborados por escolas e órgãos de educação no País sejam revistos, atualizados e readequados ao que determina o novo documento.

Não é pouco trabalho, razão pela qual desde o início do ano os gestores e parte da equipe docente do Sabin e do AB Sabin vêm estudando as quase 500 páginas da BNCC - reunindo-se em grupos de estudo, assistindo a palestras e seminários sobre o tema, discutindo com especialistas e profissionais de outras instituições de ensino - para traçar um plano de adequação à Base. A boa notícia é que, em dois anos, é possível fazer as mudanças necessárias de forma gradual, por etapas, sem prejuízos para a formação dos alunos. A melhor notícia é que não serão necessárias tantas mudanças assim.

Segundo Giselle Magnossão, diretora geral dos dois colégios, o principal trabalho da equipe consistiu em cotejar minuciosamente, ponto a ponto, o que é pedido pela BNCC com o que já é oferecido pela matriz curricular atual. "Em quase nada ficamos devendo. Na Educação Infantil, não há nada que a Base peça que nossa matriz já não observe e vá além; no Fundamental, haverá a inclusão de poucos componentes curriculares e alguns rearranjos etários", diz a diretora.

É o que ocorrerá, por exemplo, na área das Ciências da Natureza. Hoje, no Sabin, predomina a Biologia no currículo de 6o a 8o ano, sendo apresentadas a Física e a Química apenas no 9o ano; pela BNCC, conceitos das três ciências serão distribuídos equitativamente ao longo do Fundamental II.

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"Estudamos como resolver essas questões sem criar lacunas ou redundâncias na formação de nenhum aluno", diz Giselle Magnossão, indicando que a primeira decisão foi a mudança gradativa do currículo: em 2019, a Educação Infantil e o Fundamental I já estarão adequados à BNCC; em 2020 será a vez do Fundamental II.

E ainda há outros aprendizados previstos na BNCC que o Colégio promove fragmentados em mais de uma disciplina. "Há habilidades de Artes, por exemplo, que trabalhamos nas aulas de Arte, Educação Física, Educação Psicomotora e Música", diz a diretora.

Para os pais, a maior mudança sentida não será no que seus filhos aprendem, mas na maneira como a BNCC organiza e classifica os aprendizados. Em vez de disciplinas, a Base passa a estruturar a Educação Infantil em "campos de experiência", e o Fundamental em "áreas de conhecimento", cada uma com "componentes curriculares" respectivos. Cada campo de experiência e componente curricular é detalhado em dezenas de conhecimentos e habilidades esperadas a cada etapa da vida escolar. Como exemplo, no campo "Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação", espera-se que crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses saibam "relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas, filmes ou peças teatrais vistas, etc.". Mais à frente, em História, alunos do 6o ano devem saber "diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo". Tudo isso buscando atender ao que a BNCC definiu como 10 competências gerais (v. quadro).

Para Giselle Magnossão, não é mera questão terminológica. "A linguagem não é neutra. Para nosso projeto de nação, é, de fato, um avanço conceitual garantir um núcleo comum à educação de todos os brasileiros, no qual se usa o termo 'direitos de aprendizagem'", diz ela. (A BNCC define como direitos da criança na Educação Infantil: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.

Suzy Vieira, coordenadora do AB Sabin, diz que a BNCC "dá ênfase à perspectiva interdisciplinar da formação da criança com os chamados 'campos de experiências'", notando que essa já era a visão praticada nos dois colégios.

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Já Dionéia Menin, coordenadora da Educação Infantil e do Fundamental I do Sabin, considera que um dos pontos mais importantes da BNCC é marcar que as "aprendizagens essenciais" são mais amplas que qualquer disciplina: "O raciocínio inverteu-se. Para ser protagonista de sua vida, o cidadão precisa de conhecimentos e habilidades para lidar com o mundo; então, precisamos decidir que conhecimentos e habilidades são essas, de forma unificada, como nação, e só então pensar como atender à demanda para desenvolvê-los".

COMPETÊNCIAS GERAIS

A BNCC estabelece 10 competências a serem desenvolvidas ao longo da Ed. Básica:

 
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