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Aprendizagem Criativa e Ensino de Ciências

Associar a criatividade à aprendizagem de Artes é algo inerente à interpretação dessa competência no currículo escolar. Desde muito cedo, nossos alunos são estimulados a imaginar, desenhar e criar artefatos que representam, de alguma forma, um conjunto de aprendizagens representadas por meio da criatividade.

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Por Colégio Albert Sabin
Atualização:

 

Alunos do 6º ano constroem modelos de biomas brasileiros em uma prática inspirada na aprendizagem criativa.

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Para além do ensino de Artes, a criatividade constitui uma das mais importantes aptidões para o século XXI. Segundo o professor de Educação da Universidade de Harvard, Charles Fadel, na obra Educação em Quatro Dimensões, o desenvolvimento dessa competência tem pautado uma nova organização mundial dos currículos da Educação Básica. Países como Inglaterra, Austrália e Cingapura definem a criatividade como um dos pilares para currículos estruturados, não apenas em conteúdos, mas no desenvolvimento de competências como o pensamento crítico e a colaboração.

A criatividade manifesta-se, também, por um percurso que é intencionalmente construído. Segundo Peter Nilsson, o processo de desenvolvimento da criatividade perpassa, desde atividades de imitação, como copiar um desenho, tarefas de combinação de diferentes referências, até que se consiga atingir uma criação original.

De forma intencional na Educação, a criatividade é também a força motriz de uma das vertentes pedagógicas mais promissoras para o Ensino Básico, conhecida como aprendizagem criativa. Com bases no Construtivismo, de Piaget, e no Construcionismo, proposto por Seymour Papert, essa abordagem pedagógica tem sido empregada para promover experiências de aprendizagem que integrem conhecimentos de diferentes áreas com o desenvolvimento de competências, estrutura que aparece também nas novas recomendações curriculares homologadas pelo MEC em 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este documento apresenta o pensamento criativo como uma competência geral, que deve ser desenvolvida por todas as áreas do conhecimento.

Integrando nossos desafios no ensino de Ciências à necessidade de nossos alunos pelas vivências que estimulem o desenvolvimento do pensamento crítico, a professora Gizele Gasparri desenvolveu um projeto transdisciplinar (que usa problemas reais como contexto para promover a integração de conhecimentos de Ciências, Matemática e Artes) para que os alunos do Ensino Fundamental II pudessem experimentar a aprendizagem criativa para conhecer as características dos biomas brasileiros.

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Para elaborar esta experiência de aprendizagem, a professora participou de formações sobre Robótica, sobre o movimento Maker na Educação e sobre Aprendizagem baseada em projetos com vistas a construir uma rota que permitisse o desenvolvimento intencional da criatividade em parceria com os conteúdos de Ciências.

No projeto, estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental puderam trabalhar com modelos físicos para estudar as características dos biomas brasileiros; aprenderam, também, processos de design, programação de computadores e Robótica. O produto foi um modelo dos biomas, usado para comunicar a importância da preservação das espécies nativas à comunidade escolar, durante a Mostra Cultural da escola, em 2017.

 

 

Alunos do 6º ano comunicando a importância da preservação dos biomas brasileiros para a comunidade escolar.

Em 2019, os resultados desse trabalho foram apresentados pelo assessor pedagógico de Ciências, Leandro Holanda, na International Society for Technology in Education (ISTE) Conference - Conferência da Sociedade Internacional para a Tecnologia na Educação (tradução livre), em Filadélfia, nos Estados Unidos. Durante o evento, educadores de vários países compartilharam suas experiências, com o objetivo de disseminar práticas inovadoras na Educação. Com foco no uso de tecnologias digitais, o evento busca criar uma rede global de cooperação para uma educação que estimule a criatividade, o pensamento crítico e o protagonismo dos alunos.

 

O assessor pedagógico de Ciências, Leandro Holanda, apresentando o trabalho sobre Biomas na ISTE Conference.

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A sinergia entre a aprendizagem criativa e o ensino de Ciências tem promovido  oportunidades, tanto para professores redesenharem experiências de aprendizagem, como para alunos, que podem aprender conceitos clássicos de Ciências e também desenvolver o pensamento criativo.

Para finalizar este relato, uma frase do educador Seymour Papert, que colabora para uma nova visão da docência. Sabemos que os desafios são grandes, mas a inovação já faz parte do nosso dia a dia no ensino de Ciência no Colégio Albert Sabin.

O papel do professor é criar condições para a invenção, mais do que transmitir um conhecimento pronto.

Seymour Papert

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