MBA, Mudança Brusca de Atitude - Entrevista com Bruno Gama

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Por Estadão
Atualização:

Começo a semana com a publicaçao da entrevista com o Bruno Gama, aluno brasileiro, recém formado no International MBA do IE. O post é longo mas vale a pena ir a até o final. Ele conseguiu claramente alavancar suas ambiçoes profissionais através do MBA. Ele se formou em dezembro passado e já está de malas prontas para o Oriente Médio.

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Pedro: Bruno, como foi sua decisão de fazer uma MBA? Por que o IE?

Bruno: A ideia surgiu durante a minha faculdade de economia, quando não só entendi o que era um MBA e o consequente peso na vida corporativa, mas quando resolvi que gostaria de ter uma carreira internacional. Naquela época, fazer um MBA ainda era algo muito distante tanto sob o aspecto profissional quanto financeiro. A ideia maturou-se quando trabalhava em uma empresa de energia multinacional, onde tive a oportunidade de ter contato com profissionais de diversas nacionalidades. Pessoalmente, sempre preferi a Europa. Depois de fazer pesquisas, conversar com ex-alunos, consultar rankings, visitar palestras, fazer o planejamento financeiro, apostei no IE, pois achei que reunia um conjunto de qualidades que estava mais alinhado com minhas ambições pessoais e profissionais.

Pedro: Como foi sua chegada à Madri e ao IE, quais são as boas e as más lembranças?

Bruno: A chegada à Madri foi tranquila. Tive a sorte de contar com dois brasileiros que já estavam na cidade, que me ajudaram com dicas. A minha turma também havia criado uma comunidade no Facebook, onde compartilhavam informações sobre acomodação, eventos, encontros, etc. Por conta disso, a integração com os alunos foi rápida e fácil. Em relação às más lembranças, considero o período de busca de apartamento.

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Pedro: Quais foram os momentos mais marcantes do ano que passou em termos pessoais e em termos profissionais?

Bruno: No âmbito pessoal, os momentos mais marcantes do ano que passou foram o contato com diversas culturas e costumes e a possibilidade de viajar com facilidade para lugares inesquecíveis na Europa. Em termos profissionais, tive a oportunidade de aprender através de casos reais sobre uma vasta gama de empresas e indústrias diferentes. Os grupos de trabalho também foram uma excelente fonte de troca de conhecimento e experiência. Em termos profissionais, tenho certeza que os contatos que fiz ao longo curso ajudarão em minha carreira.

Pedro: Quais foram as matérias que mais te interessaram e por quê?

Bruno: Na minha opinião as matérias mais interessantes foram as de finanças e as de estratégia em função de meu histórico profissional. Foi bem interessante ver essas matérias de forma estruturada e aplicada em estudos de casos.

Pedro: Você acompanhou a trajetória dos alunos que tiveram alto rendimento durante o curso? E a dos que tiveram baixo rendimento? (houve algum desligamento de aluno? - como foi a aceitação da sala e do próprio aluno(s)) Quais são os drivers de sucesso ou fracasso durante o curso?

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Bruno: Sim, acompanhei como colega de turma, mas não tive oportunidade de ter um contato maior nos grupos de trabalho. Na minha sala, houve um aluno desligado do curso. Em relação aos drivers para ter êxito durante o curso, o básico é ler todos os casos para as aulas. A participação em aula é essencial e tem um peso grande na nota final, em minha opinião de maneira excessiva. Os grupos de estudos também são um meio bem eficaz de preparação, pois neles é possível compartilhar experiências e tirar potenciais dúvidas.

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Pedro: Quais são os pontos fortes e os pontos fracos do IE?

Bruno: O IE me surpreendeu em diversos aspectos. Desde a primeira semana com a preocupação de integrar os alunos (Launch) até a cerimônia de graduação. A organização do curso foi bem estruturada e as semanas do Make Changes Happen e Change in Action foram interessantes, além de uma forma de aplicar o conhecimento adquirido ao longo do curso. Em relação aos pontos fracos, acredito que o IE precisa expandir a infra-estrutura, principalmente no que se refere às salas de estudo.

Pedro: Qual é a sua visão sobre os demais alunos da sua turma?

Bruno: No geral, achei o nível dos alunos alto em minha sala. Na maioria das vezes, as discussões foram conduzidas eficientemente pelo professor. Também, aprendi bastante nos grupos de trabalho, principalmente em função da diversidade cultural, acadêmica, profissional e etária dos integrantes.

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Pedro: Você participou de Intercâmbio ou Summer job? Como você avalia essa experiência, por quê?

Bruno: Sim, participei de um Summer Job em uma consultoria estratégica italiana em São Paulo durante as férias de 5 semanas do MBA e considero a experiência positiva. Tive oportunidade não só de conhecer a rotina da empresa, mas também entender na prática como funciona uma consultoria estratégica. Além disso, pude expandir meu conhecimento em uma indústria nova.

Pedro: Quais foram as eletivas selecionadas por você? Muda muito o ambiente da sala de aula, a performance da turma é melhor?

Selecionei sete eletivas para os dois últimos períodos, mais focadas em minha área de interesse (Estratégia e Finanças). Não percebi mudança significativa de performance da turma. Por um lado, senti que os alunos estavam mais motivados, pelo fato de poder escolher matérias de seu interesse direto. Outro fator que ajuda a dar um ânimo extra aos alunos é o fato de o período de eletivas coincidir com a chegada dos alunos de intercâmbio de outras universidades. Por outro lado, percebi que o ritmo de estudo dos alunos reduziu, após uma grande carga de leitura e estudos nos três períodos anteriores.

Pedro: Como foi (ou está sendo) sua recolocação profissional? Quais as dicas para atingir os objetivos buscados? O mercado Europeu continua lento na sua opinião?

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Considero que a minha recolocação profissional foi rápida. Com menos de um mês após o término do MBA, fui chamado para trabalhar em duas empresas, uma no Brasil e outra no Oriente Médio. Para atingir os objetivos buscados, é fundamental expandir a rede de contatos. Neste sentido, o Linkedin provou-se ser uma ferramenta muito eficaz na busca de emprego. Considero importe ter o perfil atualizado e manter contato frequente com a rede de relacionamentos. Outra rede que considero bem organizada é o MBA Alumi Brasil, que publica vagas com frequencia, além de organizar eventos e pesquisas de perfil e interesses. Em abril do ano passado, foi feita uma iniciativa chamada Summer Job Task Force, onde muitos alunos que se inscreveram obtiveram sucesso e conseguiram ter esta experiência. Portanto, recomendo também entrar para esta rede de relacionamento. Finalmente, acredito que o mercado europeu está se recuperando de forma lenta, portanto considero importante não estar restrito ao mercado europeu e estar atento à oportunidades em outros lugares.

Pedro: Você considera o networking obtido entre os brasileiros mais forte ou relevante do que o obtido entre os demais estudantes?

O network obtido pelos brasileiros foi bem forte, envolvendo formação de time de futebol (JogaBonito), encontros gastronômicos, viagens, grupos de estudos, reativação da vitoriosa Fla-Madri, entre outras iniciativas.

Pedro: Depois do MBA quais são os próximos passos acadêmicos e profissionais que você tem em mente?

Após ter concluído um mestrado em regulação da indústria de energia e o MBA no IE, pretendo focar em minha vida profissional, mas não descarto fazer um doutorado no médio prazo. Meu próximo desafio profissional será na divisão de energia de uma empresa no Oriente Médio e estou seguro de que todo o investimento feito em formação acadêmica contribuiu de forma significativa para atingir meus objetivos profissionais.

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