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O Prof. Capitalismo e o poder da Educação Informal

Como absorvemos e perdemos conhecimento ao longo do tempo? E como este conhecimento é transferido entre grupos de pessoas durante seu desenvolvimento profissional?

Por Newton Campos
Atualização:

A educação informal ganha cada vez mais protagonismo num mundo em crescente integração social. E quem diria... o capitalismo tem sido o grande responsável por essa integração a nível global.

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A tal globalização, que eu prefiro identificar como "a grande transformação" (consultar conceito aqui), está promovendo o nascimento de inúmeras iniciativas públicas e empresariais voltadas ao ensino e à capacitação profissional em grande escala.

A origem dessa onda educacional está na crescente procura por todos os tipos de organizações humanas em serem mais inovadoras e mais eficientes. Empresas e órgãos públicos estão preocupados em saber mais sobre formas de transferir conhecimento e a educação como um todo será indiretamente e positivamente impactada pela melhora desta capacidade humana.

A concorrência empresarial, essa verdadeira guerra do século XXI, travada cada vez mais nos mercados e nos bastidores da política e cada vez menos nos tradicionais e sangrentos campos de batalha está fazendo boa parte do mundo repensar o processo de transferência de conhecimento.

Socialistas, nacionalistas e religiosos, bem intencionados ou não, levaram décadas querendo salvar o povo através de uma emancipação intelectual ou conscientização coletiva inalcançável.

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Infelizmente, essa emancipação e essa conscientização foram e continuam sendo inalcançáveis, não apenas pelo grande desafio político e ideológico encontrado nos programas e nas infraestruturas educacionais existentes, mas principalmente pelo desafio técnico em fazê-lo.

Mas diferentemente do que poderíamos esperar, penso que ainda não será a educação formal a grande beneficiada por este crescente movimento. Nos últimos anos, tive o prazer de encontrar o Prof. Charles Jennings em eventos relacionados à transmissão de conhecimento e à educação a distancia.

Hoje quero compartilhar com vocês um conceito defendido por ele já há alguns anos. O conceito não foi criado por ele e tampouco foi fruto de rigorosas pesquisas acadêmicas (ainda), sendo por enquanto apenas o fruto da observação prática durante o treinamento profissional de pessoas em diversas organizações de todo o mundo. Chama-se Aprendizado 70:20:10.

O Aprendizado 70:20:10 baseia-se na ideia de que 70% do que as pessoas aprendem a fazer bem em suas vidas profissionais, advém do que elas aprendem durante a execução prática de uma ou mais tarefas, 20% advém de conversas com outras pessoas no ambiente de trabalho e apenas 10% advém do aprendizado formal, ou seja, em salas de aula e cursos formais sobre assuntos relacionados ao trabalho ou às tarefas a serem realizadas. O principal problema com o aprendizado formal é que o esquecemos facilmente.

Hermann Ebbinghaus (1850-1909), pioneiro estudioso da memória humana.  Foto: Estadão

Atualmente, este conceito tem sido usado por diversas organizações visando aumentar a velocidade na qual seus funcionários aprendem a realizar novas tarefas.

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Parece ser que este poder, o da transmissão informal de conhecimento, está combinando muito bem com a magnitude do alcance das novas tecnologias de comunicação, indicando um próspero futuro para a nossa capacidade de resolver diversos tipos de problemas que hoje afligem nossa espécie e nosso planeta.

O vídeo abaixo, em inglês, explica melhor o conceito:

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