A USP vai gastar $ 24,2 milhões na compra de imóveis para alojar servidores transferidos do câmpus do Butantã para escritórios no Centro Empresarial, em Santo Amaro. Só a compra de 40 vagas de garagem custará R$ 2,8 milhões. O Ministério Público Estadual recebeu representação do deputado Carlos Giannazi para investigar o caso. Funcionários que serão transferidos entraram em greve.
Segundo parecer assinado em fevereiro pelo membro da comissão de orçamento e patrimônio da USP, Michel Michaelovitch de Mahiques, a aquisição de duas unidades e 96 vagas no centro empresarial encontram amparo no estatuto da universidade, que dispõe que a autarquia, "mediante autorização da comissão de orçamento e patrimônio, poderá promover investimentos tendentes à valorização patrimonial e à obtenção de rendas aplicáveis na realização de seus objetivos".
O documento também autorizou a compra sem licitação. Os imóveis, segundo o parecer, pertencem à Fundação do Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e são ideais para o "desenvolvimento de atividades-meio da universidade".
O texto de Mahiques foi aprovado pelos outros sete membros da comissão. Procurado, o diretor do Instituto Oceanográfico não quis falar com a reportagem.
A reitoria divulgou nota sobre o assunto: "O processo de aluguel e aquisição de imóveis foi feito dentro das necessidades e conforme todos os parâmetros da administração pública, que está à disposição dos órgãos competentes para qualquer análise".
Parte dos funcionários que seriam transferidos para Santo Amaro paralisaram as atividades na quinta-feira passada. Eles são contrários à mudança.
Segundo o diretor do sindicato dos trabalhadores da universidade Anibal Cavalli, a transferência é para "desarticular o movimento dos grevistas".
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