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USP promete reforma em área após retirada de 'indigentes e viciados'

Centro de Vivência, no câmpus do Butantã, passa por obras desde desocupação, afirma Reitoria

Por Carlos Lordelo
Atualização:

SÃO PAULO - A USP afirma ter iniciado a reforma do espaço conhecido como Centro de Vivência após a retirada, há exatamente um mês, de "indigentes e viciados em drogas" que ocupavam o local, no câmpus do Butantã, zona oeste. A informação está em boletim divulgado pela Assessoria de Imprensa da Reitoria em 31 de janeiro.

 

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No documento, a universidade diz que a Farmácia Universitária será readaptada, e o espaço central da Vivência e as marquises estão passando por reformas.

 

Guardas universitários e policiais militares expulsaram punks que estavam no imóvel nos dias 5 e 6 de janeiro, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrar o acampamento montado pelo grupo no espaço. O prédio estava sujo e com paredes e vidros pichados.

 

A ação foi seguida da instalação de tapumes para isolar o local e permitir o começo da reforma. Ficaram abertas uma pequena entrada, que levava à cozinha, e outras que dão acesso às salas do DCE e da Associação dos Pós-Graduandos (APG).

 

No dia 9 de janeiro, a PM esteve de novo no imóvel. Um sargento agrediu e apontou a arma para um aluno porque ele não quis mostrar a carteira de estudante. A abordagem foi gravada e postada no Youtube. As imagens levaram ao afastamento das ruas de dois policiais e a a Corregedoria da PM instaurou sindicância para apurar o caso. Nesse dia, também foi fechado o acesso à cozinha (único cômodo que conectava o interior do prédio ao lado externo).

 

No boletim, a Reitoria diz que o Centro de Vivência começou a ser revitalizado em 1998, numa obra que consumiu R$ 3.207.940,69 (a custos de 2009). Ficou decidido que a área compreenderia uma livraria da Editora da USP (Edusp), a Farmácia Universitária, as sedes do DCE e da APG, além de sanitários.

 

Em 2009, quando a reforma estava concluída, estudantes ocuparam o imóvel. "Restaram apenas as áreas da Farmácia Universitária e da Livraria da Edusp, que, entretanto, não puderam ser utilizadas, pois seus acessos principais ficaram bloqueados pela ocupação", afirma a Reitoria no documento.

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Continua o texto: "Grupos de alunos se sucederam nessa ocupação, vindo, finalmente, a dar lugar a indigentes e viciados em drogas. A deterioração do Centro de Vivência se iniciou com a ocupação e se acentuou à medida em que grupos cada vez menos responsáveis passaram a dominar a área. O resultado foi o completo vandalismo no local e a perda dos serviços lá executados, cujos prejuízos remontam a R$ 2 milhões (a custos de 2009)".

 

Assim que a reforma do espaço central de Vivência estiver completa, a USP promete entregar o local aos estudantes. No boletim não aparece a data prevista de conclusão das obras. A Reitoria diz ainda que só vai reformar as sedes do DCE e da APG se as entidades solicitarem. A Livraria da Edusp, por sua vez, será instalada no prédio da Biblioteca Brasiliana.

 

* Atualizada às 16h10 para acrescentar a foto e o último parágrafo

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