Seis instituições universitárias de todo o mundo, entre elas a USP, vão participar de um consórcio para criar uma rede de Centros de Inovação Social, que busca desenvolver tecnologias sociais capazes de resolver problemas cotidianos de comunidades de baixa renda. O grupo é liderado pelo MIT e, além da representante brasileira, conta também com a colaboração da Universidade do Estado do Colorado, a Faculdade de Engenharia Franklin Olin, a Universidade da Califórnia em Davis, todas nos EUA, e a Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia, em Gana, na África. Na USP, a sede do projeto será o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Escola Politécnica (Poli).
O programa terá cinco anos de duração e tem como meta criar 12 polos internacionais de design, treinar mais de 600 inovadores através de uma rede global e desenvolver oito centros de inovação que devem apoiar e conectar tecnologias promissoras. Depois de implementados, os centros vão fazer avaliações rigorosas para determinar o impacto social, econômico e político dos produtos e processos desenvolvidos. “Uma coisa interessante é que o consórcio nos ajuda a ter capacidade de construir uma rede de inovadores para resolver desafios”, disse ao MIT News Amy Smith, professora e pesquisadora do MIT e coordenadora do consórcio.
A ligação da pesquisadora com o Brasil não é de hoje. Entre julho e agosto de 2012, Amy esteve em São Paulo para a edição anual do Encontro Internacional de Design para o Desenvolvimento Social (IDDS, na sigla em inglês), evento que trouxe pessoas das mais diversas regiões do mundo e, no Brasil, estudantes do ITA e da USP, para propor soluções para três comunidades vulneráveis brasileiras – uma nos arredores da USP Leste, outra em São José dos Campos e outra em Embu.
A criação do consórcio quer levar o método de trabalho desenvolvido durante esses encontros, que a cada ano ocorre em um país diferente, para as universidades participantes, para que elas possam replicar o mesmo modelo em sua comunidade. “O projeto tem o objetivo principal de promover empreendedorismo social para comunidades de baixa renda”, explicou a professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do Lassu, à Agência USP.
A iniciativa também prevê o intercâmbio entre os alunos das instituições envolvidas no consórcio, alunos de graduação, pós-graduação e especialização (como alunos de programas de MBA). “Cada universidade terá três pessoas dedicadas exclusivamente aos projetos ligados ao consórcio, além de alunos de iniciação cientifica, mestrado e doutorado em tempo parcial”, disse Tereza.
Os recursos totais, que chegam a US$ 25 milhões e serão administrados pelo MIT, são provenientes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês). Para Amy, o apoio da agência representa um “esforço para promover a inovação local e para aumentar a capacidade de resolução de problemas de comunidades ao redor do mundo, de modo que as pessoas estão resolvendo seus próprios problemas em vez de depender de fontes externas”.