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USP dá o primeiro passo para adoção de cotas raciais

A maior parte das escolas públicas de nível superior do País já adota algum tipo de cota

Por Roldão Arruda
Atualização:

A Universidade de São Paulo acaba de dar o primeiro passo para a adoção de cotas raciais na seleção de seus alunos. Por aclamação, a Congregação da Faculdade de Direito do Largo São Francisco aprovou, em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (31), uma recomendação ao Conselho Universitário da USP para que adote as cotas raciais. “Foi um momento histórico. A congregação entendeu que ainda persiste na USP uma exclusão racial profunda”, disse o professor Marcus Orione, um dos principais defensores da proposta na congregação. A reunião contou com a participação de representantes do movimento negro, que expuseram os problemas decorrentes da exclusão racial. “Ficou claro que este debate está maduro e não dá para esperar mais”, observou o representante da organização Uneafro, Cleyton Borges. “O sistema de inclusão adotado na USP não foi suficiente para alterar a profunda desigualdade entre brancos e negros no acesso aos seus cursos.” A maior parte das escolas públicas de nível superior do País já adota algum tipo de cota para grupos indígenas e afrodescendentes. Mas as universidade paulistas (USP, Unesp, Unicamp e Fatec) preferem outros sistemas. A preocupação é privilegiar estudantes oriundos da rede pública de ensino médio. No mês passado, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter deliberado que o sistema de cotas raciais não fere a Constituição, o movimento negro de São Paulo começou a fazer pressões para que as universidades paulistas adotem o sistema. A Frente Pró-Cotas Raciais congrega cerca de 70 organizações.

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