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Universidades paulistas em greve marcam ato na Praça da Sé

Na quarta-feira, alunos, docentes e funcionários vão protestar contra o congelamento de salário por causa da crise

Por Victor Vieira
Atualização:

SÃO PAULO - Professores, funcionários e alunos das universidades estaduais paulistas, em greve há quase três semanas, prometem novo ato na Praça da Sé, região central da cidade, na próxima quarta-feira. As categorias protestam contra o congelamento de salários de docentes e servidores em 2014, motivado pela crise financeira das instituições.

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O conselho de reitores agendou um encontro de negociação com as entidades sindicais paraesta sexta, mas resolveu suspender a reunião por causa de piquetes e ocupações nos câmpus. A decisão revoltou os grevistas, que prometem radicalizar o movimento nas próximas semanas caso se mantenha a proposta de reajuste zero. 

“A reunião foi cancelada por um telefonema. Prevaleceu a intransigência e o desrespeito”, reclamou César Minto, coordenador do fórum das entidades sindicais e professor da Universidade de São Paulo (USP). Condicionar a negociação ao fim das ocupações e piquetes, para ele, é restringir o direito à greve. “Nossas entidades são autônomas para se manifestar”, disse.

Até esta sexta-feira havia ocupações em três prédios da Universidade Estadual Paulista (Unesp) - a sede administrativa da Faculdade de Letras de Araraquara, além de salas nos prédios da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Marília e o Instituto de Biociências de Botucatu. Para o ato de quarta-feira, os grevistas preveem uma aula pública e passeata, com a participação de caravanas do interior. 

De acordo com o conselho de reitores, ainda não há previsão de nova data para o encontro de negociação. O órgão pretende reavaliar o congelamento de salários somente a partir de setembro, a depender do nível de repasses às universidades.

Pressão. Durante visita à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP nesta sexta, o reitor Marco Antonio Zago foi pressionado por dezenas de alunos, funcionários e docentes, sob gritos de “negocia ou renuncia”. Zago se reuniu a portas fechadas com alguns manifestantes para ouvir as reivindicações, mas evitou fazer promessas.

A grave situação financeira da USP foi o que mais pesou na decisão de reajuste zero para as três universidades estaduais, como o Estado revelou em maio. A USP gasta hoje 105% das suas receitas com salários. 

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