Unifesp devolve ao governo paulista prédio doado há 6 anos

Universidade diz que imóvel não atende às suas necessidades porque é impossível realizar modificações

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Por Rejane Lima e SANTOS
Atualização:

Quase seis anos após ter recebido do governo paulista o prédio histórico da Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, e se comprometido a restaurá-lo para instalar ali parte do câmpus da Baixada Santista, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiu devolver o imóvel ao Estado.

 

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O pedido de devolução do bem tombado foi feito à Secretaria Estadual de Planejamento sob a alegação de que o prédio não atende às necessidades da universidade, porque seria impossível realizar qualquer tipo de modificação nele.

 

O termo de cessão do edifício para uso da Unifesp foi assinado em 27 de julho de 2005 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo então reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes Neto. Em dezembro do ano seguinte, o governador Claudio Lembo (DEM) assinou um decreto dando posse do imóvel à universidade. Agora, a secretaria informou que será preciso encaminhar um novo projeto de lei à Assembleia, pedindo o cancelamento do decreto e a retomada da posse do imóvel pelo Estado.

 

Em 2005, a Unifesp havia anunciado que captaria recursos por meio da Lei Rouanet para restaurar o prédio, que teria um anfiteatro e salas administrativas.

 

Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) em dezembro de 1998, o prédio foi construído em 1912 para abrigar os imigrantes que chegavam ao País pelo porto. O imóvel fica no bairro Vila Mathias, bem próximo do local onde a Unifesp está construindo seu câmpus próprio – um bloco fica na via da hospedaria, a Rua Silva Jardim, e o outro na Rua Campos Melo.

 

Segundo a Unifesp, as obras de sua sede própria serão entregues no segundo semestre. Com isso, os 1,1 mil alunos deixarão de ocupar dois prédios alugados.

 

Manutenção. O promotor do Meio Ambiente em Santos, Daury de Paula Junior, afirma que a Unifesp não fez nada para garantir a manutenção do prédio. “A gente não tomou providências, porque restaurar prédio não é a atividade-fim de uma universidade. Mas agora temos uma indefinição: ou restaura ou devolve”, afirmou.

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A prefeitura informou em nota que não foi comunicada oficialmente sobre a devolução do imóvel e vai se empenhar na efetivação de um projeto de revitalização do prédio e do entorno.

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