'Tirei nota 1.000 na redação do Enem', conta estudante

Lívia Armento Sargi conta como conseguiu boa nota no texto do exame e pôde escolher aonde iria cursar a faculdade de Direito

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Por Lívia Armento Sargi
Atualização:

“Cinco horas e meia de prova e o futuro nas suas mãos. O segundo dia do Enem foi uma das coisas mais temidas no último ano do ensino médio. Por isso, passava horas buscando temas atuais, praticando a escrita e marcando o tempo. No dia da prova, levei uma hora e meia para fazer meu plano de texto e o rascunho. Depois, me dediquei aos testes e nos últimos 30 minutos passei a redação a limpo. A prova de que dedicação vale a pena não tardou: tirei nota 1.000 na redação do último Enem!

O exame complementou minha nota na Unesp (Universidade Estadual Paulista, na Faculdade de Direito, em Franca, onde curso o segundo semestre. Também passei em primeiro lugar na FDF Faculdade de Direito de Franca, além de ter sido aprovada, pela nota do Enem, na UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Lívia Armentano Sagi se destacou com a nota de redação no Enem Foto: Acervo pessoal

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É engraçado porque meses antes eu falei brincando, para um amigo, que ia tirar 1.000 na redação do Enem. Foi incrível alcançar isso. Eu gostei muito da perspectiva que consegui abordar no texto, bem diferente do que a maioria dos colegas abordou. Acredito que fugir do óbvio é imprescindível, assim como prestar atenção à proposta de intervenção, o que costuma tirar mais pontos: o importante é ser concreto, não adianta pregar soluções do tipo “conscientizar a população”, que é muito aleatório.

Sempre gostei mais de ler do que escrever. Tenho perda auditiva neurossensorial bilateral moderada – ouço cerca de 50% menos do que uma pessoa com audição padrão escuta. Eu acredito que isso influenciou meu hábito de leitura porque, quando criança, tinha dificuldade em assistir televisão e fazer amigos, o que me voltou para os livros. Tinha de me sentar na primeira carteira e prestar atenção dobrada, o que talvez me fez ser boa aluna, gostar de Física, História e Filosofia.

Chega um momento em que você percebe que leitura e escrita se complementam. Quem lê bem escreve bem. Fui adquirindo gosto por escrever no ensino médio, quando fazia uma ou duas redações por semana. A prática foi muito importante nesse processo. Não posso mentir e dizer que estudava dez horas por dia, porque também não acho que isso ajude. O fundamental é estabelecer metas para si mesmo e se comprometer a cumpri-las. Isso é disciplina e foi o que mais me ajudou no ensino médio e continua me auxiliando na faculdade. Sempre quis ser juíza, mas estou curtindo a ideia de ser promotora. Em qualquer função, a escrita será fundamental. 

Finalizo com uma frase de Sêneca que minha professora citou na primeira aula de redação, no ensino fundamental, e na época, sinceramente, achei brega, mas hoje entendo perfeitamente o que ela quis dizer: ‘Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir’.”

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