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Tirando de letra o inglês

Em simulado da nova prova de Linguagens e Códigos do Enem, que este ano passou a incluir língua estrangeira, índice de acertos no idioma beirou os 80%

Por Carlos Lordelo
Atualização:

Prova foi respondida por 25 alunos do cursinho Anglo

 

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Uma pergunta de interpretação de texto sobre um simples pronome pessoal “it” derrubou quase metade  do grupo de 25 estudantes que fez um simulado preparado pelo cursinho Anglo a pedido do Estadão.edu, nos moldes do que se espera da nova prova  de Linguagens e Códigos do Enem. A partir deste ano, o exame passará a cobrar dos candidatos conhecimentos em língua estrangeira – inglês ou espanhol.

 

No simulado, realizado na quarta-feira, alunos de escolas públicas e privadas responderam a 45 questões: 35 de português e 10 de inglês. O Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, não divulgou qual será a quantidade de perguntas de língua estrangeira. A aposta mais frequente em cursinhos pré-vestibulares e de idiomas ouvidos pela reportagem é de que a disciplina tenha sete questões.

 

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Apesar do escorregão com o it, os alunos se saíram bem: a média de acertos ficou próxima de 8 pontos absolutos (a prova não foi corrigida pela Teoria da Resposta ao Item, conjunto de modelos matemáticos usado no Enem). Sete vestibulandos tiraram nota 10. O rendimento do grupo em inglês foi pouco superior ao verificado nas 30 questões de português, nas quais a média foi de 19 acertos.

 

A primeira questão de inglês era baseada num texto sobre a aids. A pergunta parecia simples. Cobrava do aluno a que palavra o pronome it se  referia. Mas teve o maior número de respostas erradas – 11 das 25.

 

“Não era uma pergunta gramatical. O aluno precisava saber a função daquele it no texto, não explicar para que serve o pronome”, diz a supervisora de inglês do Anglo, Patrícia Senne dos Santos.

 

A supervisora aposta que o Enem usará pequenos textos em língua estrangeira para avaliar a capacidade de interpretação dos candidatos. “A língua será encarada como ferramenta de leitura e compreensão do mundo. As alternativas deverão ser em português.”

 

O cursinho usou como base para elaborar as perguntas de inglês as questões de português da prova do ano passado. Por isso, além de textos, montou perguntas em cima de outras linguagens.

 

“Como são gêneros diferentes, é preciso fazer a maior quantidade possível de testes simulados para se acostumar a essa maratona”, diz Patrícia.

 

Questões ‘tranquilas’. O simulado teve duração de 2 horas e 30 minutos. Nesse tempo, considerando apenas as questões de inglês, os  candidatos precisaram ler 65 linhas de texto, quatro charges, dois anúncios publicitários, um gráfico, uma tabela e uma fotografia.

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No Enem, serão 5 horas e 30 minutos para responder a toda a prova de Linguagens e Códigos e às 45 questões de Matemática, além de fazer a redação.

 

Arthur Anzai, de 18 anos, foi o primeiro a deixar a sala onde ocorreu o simulado, depois de 1 hora e 40 minutos. Ele quer entrar em Engenharia Mecânica na Fuvest e usar a nota do Enem para tentar vaga na Universidade Federal de São Carlos. “Achei as questões de inglês bem tranquilas. Para mim, interpretar textos é mais fácil do que decorar gramática”, disse Arthur, com uma latinha de energético na mão.

 

Vivian Aguiar, de 19, achou o contrário. “A prova estava bem feita, mas eu me sairia melhor se cobrasse mais gramática.” Ela vai tentar uma vaga por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no curso de Oceanografia nas Federais do Rio Grande (Furg) e do Paraná.

 

Último a entregar a folha de respostas, Felipe Yamada, de 18, considerou o teste “não muito difícil para quem já fez cursinho de inglês”. “Perco muito tempo lendo os textos. É difícil não desconcentrar em algum momento. Por isso, acabo demorando”, contou o vestibulando de Engenharia de Produção.

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