Terminou sem acordo a reunião realizada nesta terça-feira entre a comissão de negociação nomeada pelo reitor da USP, João Grandino Rodas, e representantes dos servidores técnicos e administrativos, em greve há 29 dias. A paralisação dos funcionários está mantida.
Em nota, a reitoria da USP afirma que apresentou proposta de acordo para o fim da greve "que contempla pontos relevantes para os servidores da universidade", rejeitada por membros do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
Os funcionários alegam que o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) "quebrou a isonomia" ao ter reajustado em 6% o salário dos professores da USP, Unesp e Unicamp, sem ter estendido o aumento aos servidores das três instituições. Eles também pedem a reabertura das negociações com o Cruesp.
Proposta
Na proposta de acordo apresentada pela USP, o reitor se compromete a solicitar ao Cruesp o agendamento de reunião para tratar, inclusive, do tema da isonomia salarial. A universidade também se dispôs a pagar os dias não trabalhados por meio de folha avulsa, após a "a comprovação de reposição das horas não trabalhadas, atestadas pelas respectivas chefias".
A reitoria propôs ainda a formação de uma comissão permanente para "em conjunto com o sindicato" tratar dos temas da pauta específica de reivindicações. Por fim, queria que o Sintusp assumisse o compromisso de encerrar a greve até a segunda-feira, 7.
Reação
Segundo a diretora do Sintusp Neli Wada, a reitoria trata a negociação "como se fosse brincadeira de moleques". "Queriam que a gente assinasse um acordo já pronto sem consulta à categoria. Dissemos que não, pois eles estavam usando a política de desmoralização do sindicato."
O sindicato quer que o reitor da USP envie um documento ao Cruesp, com cópia registrada ao Sintusp, solicitando a reabertura das negociações e expressando sua concordância em manter a isonomia.
Em assembleia realizada após o fim da reunião, os servidores votaram pela manutenção da greve. "Queremos, sim, negociar. Mas não com a faca no pescoço", diz Neli. De acordo com ela, a reitoria cortou o ponto de mil funcionários da USP.
A USP diz "lamentar a frustração da iniciativa" e que a reitoria "mantém-se aberta ao diálogo com quaisquer segmentos da universidade".