Startups e MBA

Pesquisa mundial mostra que empreendedorismo é um dos principais interesses de candidatos e escolas mudam programas

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Por Claudia Gonçalves
Atualização:

O número de empreendedores interessados em fazer um MBA vem crescendo nos últimos quatro a cinco anos. Um levantamento da CarringtonCrisp, empresa de pesquisa de mercado, com 476 candidatos a MBA em 79 países, mostra que a quinta maior área de interesse em conteúdo do curso é empreendedorismo. Muitos jovens e futuros MBAs querem assumir a direção de suas carreiras e evitar o desemprego ou opções que não tragam satisfação.

 

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As escolas de negócios crescentemente se engajam em capacitar melhor os empreendedores, uma vez que, tanto quanto o executivo numa empresa estabelecida, o empreendedor numa startup precisa dos mesmos conhecimentos para a gestão de seus negócios.

 

Para além disso, o empreendedor é alguém que tem atitude e apetite por tomar risco, algo que não se pode ensinar, mas se pode polir e moldar. Essa é a proposta dos MBAs para os empreendedores. Harvard, por exemplo, foi sede do evento Startup Weekend Scramble em novembro passado. Mais de cem alunos “criativos, realizadores, visionários e construtores” de Harvard e do MIT participaram desse evento de 54 horas para promover empreendedorismo, inovação e trabalho em equipe.

 

Por outro lado, a sofisticação e ampliação das oportunidades de negócios atraem pessoas que de uma forma ou de outra querem fazer as coisas do seu jeito, ou querem dar pernas às suas ideias. Neste sentido, com as fronteiras de tópicos que antes claramente não pertenciam ao universo dos negócios, como ecologia, responsabilidade social, e temas que gravitam em torno do conceito de sustentabilidade, das ciências e de tecnologia ampliaram dramaticamente as oportunidades de negócios. As escolas de MBA não ficaram para trás; trouxeram para dentro de casa tais tópicos.

 

Atualmente, o MBA é uma experiência com um alto grau de customização. Por exemplo, o IE fez parcerias com acadêmicos de neurociências para estudar os caminhos cerebrais da tomada de decisão. Tuck, por sua vez, tem uma taxa de um professor para cada dois alunos. O MBA passa a ser uma experiência de vida desenhada para atender aos anseios mais individuais. Para um empreendedor, é o ambiente perfeito para ganhar musculatura.

 

Durante o MBA um empreendedor pode aprender mais sobre estratégia, finanças e marketing. Além de desenvolver habilidades avançadas de análise de negócios por meio de variadas ferramentas, ele pode ampliar seu network (investidores e sócios potencias), e aprender a pensar num nível macro.

 

Fora da sala de aula, as escolas oferecem competições de business plans para startups e workshops para troca de ideias e experiências entre estudantes e empreendedores do mercado. Os labs (laboratórios) de empreendedorismo são um ambiente protegido em que o aluno de MBA pode colocar em prática sua ideia, participar de competições, atrair investidores, começar uma empresa - misturando experiência real e educação em sala.

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Eventos, laboratórios, mentoring com professores e empreendedores parceiros das escolas, disciplinas em inovação e na ciência da tomada de decisão são alguns dos recursos à disposição dos alunos de MBA que desejam se tornar empreendedores. Stanford, Harvard, MIT, Berkeley, University of Michigan, Chicago Booth, London Business School, Columbia, Tuck, IE, Cambridge e Oxford figuram entre as escolas renomadas que acolhem futuros empreendedores.

 

* FORMADA EM PSICOLOGIA PELA USP, COM PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA, TRABALHA HÁ 18 ANOS NA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, ATENDENDO EXECUTIVOS E JOVENS TALENTOS EM EMPRESAS COMO ABN AMRO, BANKBOSTON, ROLAND BERGER CONSULTORIA E A.T. KEARNEY

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