SÃO PAULO - O Estado de São Paulo teve queda de 0,2 ponto na nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio e não atingiu a meta estipulada para 2013. O Estado continua em segundo lugar no ranking nacional desta fase, mas a nota caiu de 3,9 para 3,7. Outros 15 Estados também recuaram na nota do ensino médio.
No ensino fundamental, houve melhora nos anos iniciais, do 1.º ao 5.º ano. A média subiu de 5,4, em 2011, para 5,8, em 2013, ultrapassando a meta estipulada em 5,6. Já nos anos finais, do 6.º ao 9.º ano, houve estagnação. São Paulo continuou com 4,4 no índice e não conseguiu atingir a meta de 4,7. Em comparação ao País, 21 Estados melhoraram nos primeiros anos e 14 evoluíram nos últimos.
As oscilações nos resultados ocorreram em ritmo diferente de 2011, quando a nota subiu no ensino médio e houve estagnação nos dois ciclos do ensino fundamental, com o mesmo resultado de 2009. Naquele ano, as médias foram atingidas tanto no ensino fundamental quanto no médio.
Repercussão. O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, considerou que a queda no ensino médio é um problema de todo o País. “A leitura do jovem hoje não analisa as questões com reflexão ou profundidade. Ele quer resposta rápida.” Segundo ele, esta etapa do ensino se tornou desinteressante, o que exige uma reforma no currículo. “O jovem precisa ter um conhecimento absolutamente multifacetado.”
O resultado do ensino fundamental foi satisfatório para o secretário. “A evolução do 1.º ao 5.º ano é notória. Este resultado consolida a ação do Estado de São Paulo, que inevitavelmente está caminhando para uma melhoria na rede pública”.
Para a consultora e mestre em Educação pela PUC-RJ Ilona Becskeházy, apesar de São Paulo ter caído 0,2 ponto no ensino médio da rede estadual, trata-se da melhor rede no conjunto. “Tem a melhor matrícula líquida (93,7 em 2012) no ensino fundamental e no ensino médio é a mais alta do Brasil (69,6). A rede coloca todos para dentro”.
Capital. O secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, afirmou que fez um alerta ao governo federal sobre possíveis distorções no resultado referente ao 5.º ano. Segundo ele, em 2013, quando a prova foi aplicada, nesta série eram 7 mil matriculados, ante 53 mil alunos atualmente. Ele pediu para que os dados não fossem divulgados. “Poderia passar uma fotografia não representativa da qualidade de educação.”
De acordo com Callegari, a capital demorou para adequar a rede ao ensino fundamental de nove anos. O secretário disse que esses alunos estavam entre estudantes que “pularam” o 1.º ano ou eram repetentes. Ele informou que recebeu a nota do órgão por telefone - 4,4. O valor é maior que em 2011 - 4,3 - mas não atinge a meta deste ano, que é 5.