Atualizada às 21h58
SÃO PAULO - Os funcionários da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta sexta-feira, 19, encerrar a greve, após 116 dias de braços cruzados. Os servidores devem retomar as atividades na segunda-feira, juntamente com os professores.
O grupo aprovou o acordo firmado nesta semana com a reitoria no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A decisão foi tomada por centenas de grevistas em assembleia nesta sexta-feira no câmpus Butantã, na zona oeste.
Na quinta-feira os professores já haviam aprovado o fim da paralisação. Os grevistas terão reajuste de 5,2% em duas parcelas (setembro e dezembro) e abono de 28,6% para cobrir perdas com a inflação desde maio, data-base das categorias.
Os reitores das estaduais queriam congelar os salários por causa da grave crise financeira das instituições. A USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) gastam quase toda a receita com a folha de pagamento.
No TRT, os grevistas e a USP também acertaram que a reposição dos dias parados durante a greve vai até 12 de dezembro, fim do ano letivo, com limite de uma hora além do expediente. No caso de professores, as aulas devem ser repostas segundo calendário definido em cada faculdade. Com isso, o semestre letivo pode estender-se até janeiro.
Vitória. O sindicato dos trabalhadores (Sintusp) comemorou o resultado da mobilização. “Saímos vitoriosos dessa longa greve”, afirma Aníbal Cavali, diretor da entidade. O próximo passo, diz ele, é lutar contra medidas de contenção de gastos propostas pelo reitor Marco Antonio Zago, como o plano de demissão voluntária e a desvinculação de hospitais universitários. Outro pleito é o reajuste de benefícios, como vale-refeição e auxílio-alimentação.
Unesp. Professores e funcionários da Unesp também aprovaram o fim da greve em assembleias nesta sexta-feira. As categorias retornam ao trabalho na segunda-feira. Na Unicamp, as atividades já foram retomadas.