SÃO PAULO - A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) afirmou que o diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), Laerte Sodré Júnior, foi agredido por funcionários grevistas na quinta-feira, dia 14 de agosto.
Segundo texto divulgado pela universidade nesta sexta-feira, 15, Sodré Júnior foi "atingido por um soco na região torácica" durante um tumulto na entrada do IAG. A reitoria afirma que a confusão ocorreu quando os grevistas "impediam a entrada de docentes, professores e funcionários ao local."
A administração da universidade diz que Sodré teve de passar por atendimento médico e registrou a ocorrência no 93º DP. Sodré não foi localizado pela reportagem.
A assessoria do reitor Marco Antonio Zago afirma ainda que durante uma assembleia do sindicato na frente do prédio da reitoria, no dia 4 de agosto, que culminou com o fechamento do local, "funcionários e docentes sofreram constrangimentos - que incluíram ameaças de cárcere privado e violação de privacidade por parte dos grevistas - ao tentar sair do prédio."
Sindicato. O diretor do Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, afirma que não houve agressão a Sodré Júnior e nega que tenha havido constrangimentos ou ameaças aos funcionários que estavam na reitoria na data em que o prédio foi fechado pelos grevistas.
Segundo Carvalho, na quinta-feira passada os funcionários faziam um piquete na frente do prédio do IAB, quando o diretor da unidade se aproximou do grupo e chamou os funcionários do IAB para entrarem no prédio. Ele afirma que o diretor "criou um tumulto e tentou cavar uma agressão".""Ele chegou para provocar. Ficou nervoso porque não conseguiu convencer as pessoas e foi para cima.Teve uma hora que ele se jogou contra um companheiro e o companheiro teve de afastar ele com a mão, mas não houve agressão", afirma.
O diretor do Sintusp afirma que o fechamento do prédio da reitoria ocorreu após uma assembleia em que os funcionários estavam discutindo o corte de salários dos grevistas. Durante o ato, os manifestantes decidiram fechar o prédio. "Avisamos à segurança do prédio que não ia entrar mais ninguém, mas que quem estava dentro do prédio não podia sair. Todos os que estavam lá saíram com tranquilidade", afirma. "É o contrário do que a reitoria diz: nós estávamos incentivando as pessoas a saírem."
Para Carvalho, a nota da reitoria é uma tentativa de criminalizar o movimento grevista. "Eles (a reitoria) estão tentando cavar alguma coisa para tentar incriminar o movimento. Como eles não estão conseguindo acabar com a greve com corte de salários, vão tentar de outra forma."
O sindicato promete fechar todos os portões da universidade na próxima quarta-feira, a partir das 5 horas da manhã. "Desta vez a universidade vai ficar fechada por um bom tempo. Vamos fechar toda a USP e botar até churrasqueira nos portões para os funcionários poderem ficar lá."