Questão da Fuvest discute motivos da crise hídrica

Gabarito oficial diz que estiagem tem causas políticas e ecológicas; professores afirmam que exame manteve nível de dificuldade

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Por Barbara Ferreira Santos , Luiz Fernando Toledo , Paulo Saldaña , Victor Vieira , Gabriela Korman , Ana Paula Mansur , Jéssica Ferreira e Especiais para o Estado
Atualização:

Atualizado às 21h00.

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SÃO PAULO - Uma das questões da primeira fase da prova da Fuvest 2015, realizada ontem, abordou as causas da crise da água no Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de parte da Grande São Paulo. A resposta da questão, segundo o gabarito oficial, afirma que a natureza da crise é de responsabilidade política e ecológica, "posto que a reposição de água dos reservatórios depende de fatores naturais, assim como do planejamento governamental sobre o uso desse recurso".

O texto-base para a pergunta foi retirado de uma reportagem publicada pelo Estado em 17 de março deste ano. A matéria mostra que a atual crise é mais crítica que a de 1953, até então a pior da história.

Para o professor de Geografia do Cursinho da Poli, Rui Calaresi, o Estado faltou com um planejamento adequado. "A questão é de ordem natural e política." Ele diz que o aluno deveria estar preparado para o tema. "É importante os alunos lerem o jornal e acompanharem o que está acontecendo na cidade."

Uma das alternativas para explicar a seca era má administração Foto: Rafael Arbex/Estadão

A prova de Geografia também abordou outro assunto que envolve os problemas de São Paulo: uma questão cobrou dos estudantes quais os principais objetivos das medidas previstas pelo Plano Diretor da capital. Para o diretor pedagógico do curso pré-vestibular Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, não bastava para o candidato saber apenas conceitos na prova de Geografia. "O candidato tinha de estar a par do que acontece na sociedade. É natural que a prova envolva política."

Exatas. Questões de Física e de Matemática foram as que mais exigiram dos candidatos, na opinião de participantes que fizeram a prova. Abordagem das obras literárias também foi destaque no teste, considerado difícil para vários participantes. "Tinha muita geometria, gráficos e cálculos", disse Felipe Camargo, de 16 anos, que fez a prova como treino. 

A estudante Gabriela Fortes, de 16 anos, achou a primeira fase da Fuvest difícil. "A parte de Português trouxe muita coisa de verificação e leitura, mas não achei nada fácil", afirmou ela, que ainda termina o ensino médio no ano que vem e planeja entrar em Medicina.

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Para professores dos principais cursinhos de São Paulo, a prova manteve o mesmo nível dos anos anteriores. A avaliação da coordenadora do cursinho Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, é de que o exame conseguiu separar o "joio do trigo", ou seja, o aluno preparado daquele que não estudou. Vera disse que a prova contou com questões de todos os níveis de dificuldade, mas que todas as perguntas exigiram conhecimentos específicos. 

Para Marcelo Dias Carvalho, coordenador do Curso Etapa, a Fuvest exigiu uma cobrança alta de conceitos e houve uma redução no número de questões interdisciplinares. "Elas estavam misturadas dentro das matérias.

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