Você delimita o surgimento do campo da Gestão Cultural na década de 1980. Qual era o cenário na época?
Houve mudanças no processo de institucionalização pública da cultura. Quando um campo fica mais complexo, é preciso um trabalho mais profissional. O gestor cultural vem para contribuir para o processo da criatividade. O primeiro passo de formação vem da sensibilização do olhar artístico. Esse é o grande diferencial do gestor da cultura. Não necessariamente você tem de ser um artista para trabalhar nesse meio, mas tem de saber o diferencial dessa área e ter um olhar sensível à arte.
Como está o campo da gestão cultural hoje? Podemos dizer que está em ascensão?
A crise que vivemos hoje traz a necessidade de buscar uma forma diferenciada de atuar. E esse é o papel do gestor cultural também: entender o que estamos vivendo hoje, em termos políticos, econômicos e sociais, e saber como agir nesse universo. Faz parte das novas profissões.
Qual a importância de uma formação especializada na hora de crise?
Esse é o momento em que as pessoas precisam parar e refletir. Quem tem boa formação consegue passar melhor por esse momento. É a hora de buscar criatividade. E, até mesmo, formação. De investir em alternativas de atuação. Agora, surgem novas possibilidades de parceria. Se souber usar, é um momento até de crescimento. Ter público fidelizado é a melhor forma de dar conta de sobreviver e enfrentar essa situação mais difícil.
Como os cursos na área ajudam o profissional a ter uma visão mais criativa?
Todo processo de formação vem carregado de informações que possibilitam novas formas conhecimento, diálogo e compartilhamento. Nos cursos de especialização e extensão, é muito importante a possibilidade de compartilhar experiências, com os professores e entre os alunos. É importante perceber que não estamos sozinhos nesse mundo, ampliar o repertório e não ficar em um circuito muito pequeno. No dia a dia, ficamos muito envolvidos no trabalho, mas a formação ajuda a ver outras possibilidades.