PUC-SP fecha convênio com Sorbonne para oferta de mestrado em Economia

Curso com duração de dois anos será ministrado por professores das duas instituições

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Por Patrícia Gomes e do portal Porvir
Atualização:

Pode até ser sonho de muitos estudantes brasileiros, mas fazer um mestrado fora do País é uma empreitada cara, que envolve investimentos altos de dinheiro, tempo e esforço acadêmico. Quanto aos dois últimos, não há muito o que se fazer, mas a universidade francesa Sorbonne, uma das mais tradicionais da Europa, fechou um convênio com a PUC-SP para oferecer, aqui no Brasil, o mestrado em Economia da Mundialização e Desenvolvimento já a partir do ano que vem com professores das duas instituições.

 

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Diferentemente do que ocorre normalmente em mestrados com convênio no exterior, neste serão os professores estrangeiros que vão vir. Cerca de 16 deles darão aula em inglês durante o segundo ano do curso. “O convênio (...) possibilita aos alunos que têm potencial, mas não dispõem de recursos financeiros suficientes, não somente assistirem a essas aulas (dadas por professores franceses) como serem orientados por eles”, diz José Nicolau Pompeo, professor da PUC e coordenador do curso.

 

Do lado francês, a expectativa é aprender com a capacidade de adaptação dos brasileiros. “O Brasil é um grande laboratório experimental”, diz Guillermo Hillcoat, diretor da cátedra das Américas de Paris 1, Panthéon Sorbonne. O professor afirma que a universidade francesa tem experiência em assuntos econômicos relacionados a países muito pobres, como alguns da África, e em países desenvolvidos. Mas, no Brasil, diz ele, os professores franceses terão a experiência de encontrar aspectos das duas realidades de uma vez só. “Aqui eles vão ver os dois aspectos da mundialização. Vir ao território e ver é muito diferente. Os professores, que normalmente só conhecem o País por papers ou pela imprensa, ficam muito impactos com essa vivência.”

 

Por outro lado, ressalta Hillcoat, o Brasil tem uma necessidade de qualificação da mão de obra urgente. “Parcerias como essa já deveriam ter acontecido”, diz. Para o professor, o Brasil ainda sofre muito com a qualidade das suas instituições públicas, mas tem uma série de atributos importantes que podem colocá-lo como protagonista no cenário mundial, como o fato de ser uma nação demograficamente jovem e com recursos naturais diversificados.

 

O mestrado terá a duração de dois anos com turmas de 35 alunos e o processo seletivo ocorre ainda neste ano, com a participação de avaliadores das duas universidades. “O modelo do nosso convênio (...) é inédito no Brasil. Além disso, será oferecida uma dupla diplomação: mestrado profissional em Economia da Mundialização e Desenvolvimento, pela PUC-SP, e Master 2 Recherche Economie de La Mondialisation, pela Paris 1 Panthéon Sorbonne”, afirma o reitor da PUC-SP, Dirceu de Mello.

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