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Projeto capacita gestor para formar jovens de futuro

Iniciativa do Instituto Unibanco, uniu metodologias para empoderamento de alunos ao preparo intenso dos gestores

Por Vagner Alencar e do Portal Porvir
Atualização:

Normalmente, quem assume a direção de uma escola passou sua vida profissional sendo professor. Por isso, é comum que essas pessoas, em algum momento de suas carreiras, tenham dificuldades de gestão – lidar com orçamentos, planilhas, inventários não é nada trivial. Preocupados em trabalhar de forma completa a questão de evasão escolar no ensino médio, o projeto Jovem de Futuro, do Instituto Unibanco, uniu metodologias para empoderamento de jovens ao preparo intenso dos gestores. Desde o início do ano, o projeto se tornou política pública e passou a atuar em sete estados e pretende alcançar 3 milhões de estudantes, de 4 mil escolas até 2017. “Gestão de qualidade implica em educação de qualidade. Um dos grandes desafios da escola é qualificar o gestor para enfrentar um espectro grande de problemas e implementar um programa político pedagógico sedutor”, afirma Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco e professor do departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense. Segundo Henriques, a gestão escolar, na maioria dos casos, acaba sendo assumida por algum professor que, independentemente de sua atuação em sala de aula, não está apto para administrar. “A estrutura do dia a dia da gestão costuma ser pesada e, no geral, os responsáveis não têm ferramentas instrumentais adequadas para isso”, diz. Durante os três anos do Jovem de Futuro, gestores e professores passam por capacitações e direcionamentos específicos. O primeiro deles é voltado para a chamada GEpR (Gestão Escolar para Resultados). Nele, esses profissionais participam de um ciclo composto por dez módulos com encontros presenciais e on-line e lidam com temas como planejamento e execução, conflito e negociação. Além disso, discutem sobre processos de gestão escolar voltada para resultados, metodologias pedagógicas e metodologias de mobilização.Protagonismo Já os professores participam de formações e recebem apoio pedagógico para trabalhar diferentes conteúdos, principalmente aqueles que estimulam a autonomia e o protagonismo dos jovens. Para essa prática, eles têm à disposição um elenco de 12 metodologias das quais precisam eleger ao menos seis para incluírem no currículo. Os educadores também recebem materiais dirigidos como vídeos, livros, cartazes e jogos. Uma das metodologias é a SuperAção na Escola, uma competição solidária que motiva os estudantes a realizar mutirões, ao menos uma vez por ano, para melhorar as condições físicas da escola. Há também metodologias para auxiliar no conteúdo curricular, como a Entre Jovens e Jovem Cientista, e para mobilizar os alunos e a comunidade, como a Estudar Vale a Pena. “Os cursos mostram como, efetivamente, levar ações mais práticas e menos filosóficas para sala de aula”, afirma a professora de ensino médio e coordenadora do Projeto Jovem do Futuro na escola estadual Coluna Azul, em Goiânia. Quem concorda com este princípio é Letícia Catellan, estudante do 2o ano do ensino médio na escola estadual Amélio de Carvalho Bais, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. “O mais interessante dessas oficinas que passaram a ter na escola é que elas nos dão a possibilidade de tomar decisões. Eu mesma participo do colegiado aqui da escola e ajudo a organizar reuniões com os pais e discutir problemas e soluções para a escola”, afirma.Política pública O Jovem de Futuro, desde o início do ano, vem sendo adotado no Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia e São Paulo. A validação e ampliação do projeto se deu devido à sua integração ao ProEMI, (Programa Ensino Médio Inovador), que, desde 2009, inclui disciplinas alternativas no currículo e o aumenta a carga horária para um mínimo de cinco horas diárias.

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