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Professores municipais de São Paulo mantêm paralisação

Em greve há um mês, a categoria reivindica aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho

Por Victor Vieira
Atualização:

Atualizada às 20h56

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SÃO PAULO - Cerca de 5 mil servidores da rede municipal de educação, de acordo com a Polícia Militar, decidiram na tarde desta sexta-feira, 23, em frente ao prédio da Prefeitura, no centro de São Paulo, manter a greve que já dura um mês. O encontro de lideranças sindicais com representantes do governo terminou sem acordo. A categoria reivindica aumento salarial, além de melhorias nas condições de trabalho, como segurança nas escolas e redução do número de alunos por classe. 

A Secretaria Municipal de Educação afirma que, há duas semanas, já deu bônus de 15,38% aos servidores que ganham o piso. Aos outros, o aumento é de 13,43%. Os grevistas querem incorporação escalonada do abono aos salários em três etapas, com início no mês de maio. O projeto de lei que propõe o aumento das remunerações foi encaminhado pela Prefeitura à Câmara dos Vereadores na semana passada.

"A categoria não aceita ser humilhada", afirmou Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no ensino municipal de São Paulo (Sinpeem), aos grevistas durante a assembleia. Entre as principais queixas dos servidores da educação municipal, segundo ele, estão a recusa da prefeitura em adiantar a incorporação do abono e apresentar proposta para as outras pautas de reivindicações, como segurança nas escolas e qualidade do trabalho docente. 

"Queremos que o governo reabra a negociação", defende Fonseca. Sob protestos, os manifestantes pediam a saída do prefeito Fernando Haddad (PT) e do secretário de Educação Cesar Callegari. Segundo Fonseca, nenhuma novidade foi apresentada na reunião desta sexta. Outra queixa dos manifestantes é sobre o desconto pelos dias não trabalhados durante a greve e a pressão das diretorias regionais de ensino para interromper a mobilização. 

"Esta é uma atitude oportunista de algumas lideranças sindicais", declarou Callegari, sobre as críticas e a manutenção da greve. Segundo ele, só é possível fazer a incorporação do abono aos salários a partir de 2015. “O critério é o da responsabilidade. As contas do município não permitem”, destacou. O secretário ainda afirmou que o desconto pelos dias não trabalhados podem ser renegociados no futuro. "Isso será ao final da greve", disse. 

Os grevistas marcaram nova assembleia para a próxima terça-feira, 27, na Avenida Paulista, na região central da cidade. No mesmo dia, professores, funcionários e alunos das três universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - planejam ato na frente da Assembleia Legislativa, na zona sul.

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