Professores da USP suspendem greve e aulas voltam na 2ª

Assembleia decretou fim da paralisação; categoria aprovou acordo firmado no TRT entre reitoria e funcionários nessa quarta

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Por Redação
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Atualizada às 23h11

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SÃO PAULO - Após 115 dias, os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta quinta-feira, 18, aceitar o acordo proposto pela reitoria para encerrar a greve. As aulas começam a voltar na próxima segunda-feira, após uma das paralisações mais longas da história da instituição. Funcionários ainda fazem assembleias nesta sexta-feira, 19, mas já sinalizaram que vão encerrar o movimento. 

O cronograma de reposição das aulas será decidido isoladamente pelas escolas e parte dos professores ainda deve esperar mais dias para retomar as atividades. Em algumas unidades, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a maioria das aulas foi suspensa. Já em outras, como na Escola Politécnica, o calendário seguiu a previsão normal. O semestre letivo pode se estender até janeiro.

Nesta semana, o pagamento de um abono de 28,6% e a reposição das horas paradas pelos servidores ainda travavam o acordo. Após pressão dos grevistas, o Conselho Universitário, instância máxima da USP, aprovou o benefício, sugerido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para repor perdas inflacionárias desde maio, quando começou a greve.

Na quarta, os funcionários e a reitoria chegaram a um consenso sobre a reposição de horas paradas, em audiência de conciliação no TRT. Os funcionários deverão resolver o serviço acumulado até o fim do ano letivo, em 12 de dezembro, com limite de uma hora além do expediente. Os servidores decidem sobre o acordo na manhã desta sexta. 

As categorias também conseguiram reajuste de 5,2% em duas parcelas (setembro e dezembro). O congelamento de salários havia sido proposto pelos reitores para conter a crise financeira das três universidades estaduais em decorrência do alto comprometimento das receitas com a folha de pagamento.

Oposição. A Associação de Docentes da USP (Adusp) comemorou o resultado da greve. A entidade promete mobilização para barrar medidas propostas pelo reitor Marco Antonio Zago de corte de despesas, como a transferência de dois hospitais ao Estado. 

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“A reitoria está cada vez mais isolada e vamos ganhar essa briga”, disse o presidente da Adusp, Ciro Correia. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na semana passada que não há interesse em assumir os hospitais. Outra defesa da entidade é pelo aumento dos repasses do governo, o que já foi pedido pelos reitores.

Unesp. Professores e funcionários da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ainda fazem assembleias nesta sexta para discutir a proposta da reitoria. As categorias já sinalizaram, no entanto, que também devem retomar as atividades na segunda-feira. 

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