Professores da rede estadual mantêm greve e fecham vias do centro

Categoria, que já está há duas semanas paralisada, pede 75,33% de reajuste ao governo estadual

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Atualizada às 18h15

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SÃO PAULO - Professores da rede estadual de São Pauloaprovaram a continuidade da greve da categoria em assembleia no vão no Museu de Arte de São Paulo (Masp) na tarde desta sexta, 27. Eles completam duas semanas desde o início da paralisação, que pede 75,33% de reajuste ao governo estadual. Após a assembleia, o grupo de 10 mil manifestantes, de acordo com a Polícia Militar, saiu em marcha por vias do centro da capital paulista. Os professores falam em 60 mil manifestantes. 

Com a participação de docentes do interior e alunos, eles bloquearam completamente o sentido Consolação da Avenida Paulista. Por volta das 18h10, chegaram à Praça da República. Durante a assembleia, também foi aprovado outro ato que deve ocorrer na quinta-feira, 2, no Masp.

Professores da rede estadual bloquearam a Avenida Paulista na tarde desta sexta Foto: EVELSON DE FREITAS/ESTADAO

Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), uma reunião com a pasta para discutir as reivindicações deve ser realizada na próxima segunda-feira. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem afirmado que não negociaria enquanto a categoria estivesse em greve. 

A estudante do 3º ano do Ensino Médio Gisella Matrone, de 17 anos, é uma das alunas da Escola Estadual João Dias da Silveira, da zona leste, que participa do ato dos professores. "Cortaram toda a verba de manutenção da escola. O mato está alto, falta pintura". A estudante diz que está no protesto "pelo futuro dos filhos". "Eu já estou indo para o vestibular, mas luto pelo futuro", disse.

Vinicius de Oliveira, de 15 anos e aluno do 1º ano, afirmou que só alguns professores estão dando aulas na unidade. "Vim para apoiar que eles ganhem salários melhores", afirmou.

A professora de Língua Portuguesa Melissa Cruz, de São Bernardo do Campo, afirmou que muitos docentes estão com "medo" de aderir à greve, mas que a insatisfação é geral. "As salas estão superlotadas. Ensino fundamental com 40 alunos, Médio com 50. As reposições salariais são ilusórias", disse.

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Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, "o que consolidou um reajuste de 45%". E considerou "injustificável" uma paralisação "sem qualquer tentativa prévia de negociação com a Pasta". 

A secretaria também classificou a decisão de manter a greve como "extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas". Segundo a pasta, a média decomparecimento de professores na rede ficou em 92% nesta semana. A Apeoesp fala em 59% de adesão.

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