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Prazo para tentar pós-graduação nos EUA e na Europa vai até janeiro

Processo envolve tradução de documentos acadêmicos, cartas de recomendação, redações, currículo e exames de proficiência; confira dicas

Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

Termina entre dezembro deste ano e janeiro do ano que vem a temporada de inscrições (applications, em inglês) dos cursos de MBA, mestrado e doutorado de 2014 das principais universidades dos Estados Unidos e da Europa. Os candidatos que se inscrevem nessa época levam de quatro meses a um ano para se preparar só para o processo de aplicação, que envolve tradução de documentos acadêmicos, cartas de recomendação, redações, currículo e exames de proficiência.

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Há programas de mestrado e doutorado que aceitam inscrições até o fim de janeiro, mas os brasileiros que desejam fazer um MBA só podem participar até a segunda rodada de aplicações, que se encerra geralmente até o dia 10.

Embora seja difícil um candidato levantar toda a documentação a partir de hoje e conseguir fazer uma inscrição adequada ainda para o ano letivo de 2014, especialistas ouvidos pelo Estado afirmam que é agora que se deve iniciar a preparação para o application de 2015. "Consegue se candidatar para o ano que vem o aluno que tiver com documentos com tradução juramentada e exame de proficiência de inglês em dia. O período de festas atrapalha, porque os documentos demoram para serem entregues pelas instituições", afirma Claudia Miranda Gonçalves, especialista em application de MBA e coach de carreira. "Por outro lado, quem se planejar com antecedência para 2015 consegue visitar a universidade que quer cursar, assistir às aulas do programa que quer fazer e conversar com outros estudantes dessas instituições."

Fazer a inscrição com antecedência pode deixar mais rápido o processo de avaliação do candidato pela universidade, já que haverá mais vagas disponíveis e menos material de concorrentes para ser analisado pela instituição. Com a resposta de aceitação na mão em menos tempo, o candidato pode buscar opções de bolsas de ensino e financiamento do curso. E não é por falta de condições econômicas que um candidato com alto potencial acadêmico ou profissional deixa de estudar em uma pós-graduação de ponta, explicam os especialistas. Há bolsas de até 100% da mensalidade e ajuda financeira para moradia e alimentação, dependendo do programa.

"Essas várias fontes de fomento são novas no Brasil e têm sido bastante estimuladas. Se não der para fazer a pós inteira no exterior, há muitos programas de mestrado ou doutorado ‘sanduíche’. As universidades, tanto públicas quanto privadas, estão buscando recursos para ampliar seus programas", diz Afrânio Pereira, superintendente do Santander Universidades.

Destaque. E os alunos brasileiros que vão para o exterior têm chamado a atenção das instituições. Na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, por exemplo, os coordenadores do programa de seleção dizem que os brasileiros vão muito acima da média.

"Estamos interessados em receber mais brasileiros. Suas variadas experiências pessoais e profissionais contribuem para a diversidade cultural e intelectual que temos orgulho de ter aqui", disse a diretora adjunta de admissões do mestrado em Direito da instituição, Cynthia Coleman.

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Estudos. Quem é admitido para um mestrado fora do Brasil, contudo, encontra uma rotina pesada de estudos e turmas mistas, que englobam desde recém-formados a profissionais mais experientes. A dedicação ao curso, diferente do que se encontra no País, é normalmente de regime exclusivo para estudos. Segundo brasileiros que fazem pós fora, a grade horária pode ser até menor que a dos cursos de pós-graduação do País, mas os alunos têm de cumprir mais horas de leitura, atividades complementares e de pesquisa.

O goiano José Frederico Lyra Netto, de 29 anos, que entrou no mestrado em Políticas Públicas na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, neste ano, explica que, em seu curso, todos os alunos vão para as aulas com o material de estudo já preparado. "A aula é um momento de interação e a opinião das pessoas faz parte do aprendizado. Nas turmas, há avaliadores que anotam toda vez que você faz um comentário e dão notas sobre a qualidade da sua fala. Isso compõe a sua avaliação final", explica. Para ele, o curso superou as expectativas. "Eu sempre sonhei em estudar fora e queria a Harvard. Foi uma realização entrar aqui."

Outro brasileiro que se surpreendeu com a qualidade do curso de pós-graduação no exterior foi o advogado Marcelo Godke Veiga. Ele fez um mestrado em Direito (International Business Law) na Holanda, na Universidade de Leiden, em 2001. Todas as aulas que ele assistiu, no entanto, foram em inglês. Um ano depois, Veiga fez outro mestrado em Direito, dessa vez na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Hoje é professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e faz doutorado pela Faculdade de Economia da Universidade de Amsterdã, na Holanda.

"Descobri o mestrado em inglês da Holanda por meio de um amigo, durante uma conversa simples. Lá, com um ano de mestrado, aprendi mais que em cinco de faculdade. Vale a pena pesquisar bem todas as opções, porque a oferta é grande e há interesse pelo estudante brasileiro."

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